quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FC Porto confirma fim da secção de atletismo

in sapo.pt


Fernando Oliveira, responsável pela secção de atletismo no clube dirigido por Pinto da Costa, anunciou que a modalidade dentro do FC Porto será “suspensa na sequência da mudança dos regulamentos do atletismo na assembleia-geral de 24 de Julho, mas apenas comunicada oficialmente a 1 de Setembro”.

Com esta decisão, o FC Porto não participará na Liga dos Campeões da modalidade.

A mudança nos regulamentos da modalidade não permite que um clube participe com atletas comunitários masculinos e femininos nos campeonatos nacionais.

“O presidente da FPA, Fernando Mota, disse-me que o FC Porto podia inscrever atletas comunitários mas que não podia participar nos campeonatos nacionais. Esta alteração é ilegal, intolerável e indecorosa”, explicou.

Fernando Oliveira acredita que a alteração nos regulamentos tem apenas um objectivo: “Prejudicar o FC Porto por este ter sido campeão nacional de pista coberta e ao livre”.

O responsável pela secção dos azuis e brancos vai mais longe e acusa Fernando Mota de se “colar a um clube rival”, neste caso ao Sporting.

O FC Porto irá deixar cerca de 100 atletas "órfãos", mas o clube tudo fará para que “alguns desses atletas sejam colocados noutras equipas”.

“Entretanto, o FC Porto já tinha contratado quatro atletas para a nova temporada e perante este cenário decidiu accionar o departamento jurídico contra a Federação portuguesa de atletismo para ser ressarcido de danos patrimoniais e morais”, rematou.

Está confirmado o fim da modalidade de Atletismo que tantas alegrias proporcionou a nós portistas e que medalhas trouxe ao nosso país.

Na época transacta conquistamos o ceptro de Campeões nacionais de pista coberta e ao ar livre ao Sporting, e tínhamos assegurada a participação na Liga dos Campeões.

A secção deixa cerca de 100 atletas sem clube, entre os quais, quatro contratados já esta época para a nova temporada.

De recordar que a secção de atletismo é suspensa na sequência da mudança dos regulamentos do atletismo na assembleia geral de 24 de Julho, mas só comunicada oficialmente ao FC Porto em 1 de Setembro, que impede a participação de atletas comunitários masculinos e femininos nas competições nacionais, o que é absolutamente ridículo e ilegal, pois tal alteração dos regulamentos viola o artigo 39 do Tratado da CE relativamente aos princípios da livre circulação de trabalhadores dentro do espaço Europeu.


"O artigo 39.º do Tratado CE aplica-se ao chamados trabalhadores migrantes, isto é, aos nacionais de países membros da UE que deixam o seu país para ir trabalhar num outro país da UE. Aplica-se também aos nacionais da UE que regressam ao país de origem após terem exercido este direito à livre circulação, mas não abrange as pessoas que nunca deixaram o país de origem.

Um trabalhador é uma pessoa que

* realiza um trabalho real e efectivo
* sob a direcção de outra pessoa
* pelo qual é pago.

Os desportistas profissionais pertencem a esta categoria.

Os trabalhadores por conta própria, os estudantes, as pessoas reformadas ou inactivas não estão abrangidos pelo artigo 39.º do Tratado CE, mas por outras disposições do direito comunitário. Pode encontrar informações nos sítios Web da Direcção-Geral do Mercado Interno e Serviços da Comissão Europeia (trabalhadores independentes) e da Direcção-Geral da Justiça, Liberdade e Segurança.

Há alguma restrição quanto ao exercício deste direito?

* limitações justificadas por razões de ordem pública, segurança pública e saúde pública
* limitações quanto ao emprego na administração pública do país de acolhimento."

Bruno Roseiro, Publicado em 13 de Fevereiro de 2010, no jornal i

"Após 15 anos de reinado completo, o FC Porto desafiou o poderio do campeoníssimo Sporting no sector feminino. Afinal, após o futebol e o andebol (as únicas grandes modalidades em que competem os três grandes do país), só faltava quebrar a hegemonia leonina no atletismo. E investimento não faltou: à dupla lituana Kris Saltanovic-Natalja Cakova (contratada na última temporada), os dragões juntaram agora mais duas atletas da Lituânia - Lina Grincikaite e Egle Balciunaite - e a menina que fez a Letónia subir ao pódio mundial sem ter conquistado nenhuma medalha nos Jogos Olímpicos de 2004: Radevica, 13.a classificada no triplo salto, e 20.a no salto em comprimento. À frente mesmo de Jelena Rublevska, que ganhou a prata no pentatlo e se tornou a única letã a conseguir uma medalha em Jogos Olímpicos."


No Campeonato da Europa de Atletismo realizado em Barcelona, a saltadora, já conhecida como "musa do Dragão", Radevica "roubou" a medalha de ouro a Naide.

Tudo isto é muito grave. O FC Porto é um dos clubes mais importantes na modalidade, e este foi um ataque descarado ao nosso clube.

Os atletas comunitários devem também agir judicialmente contra a FPA, pois estamos na presença de outro caso semelhante ao Bosman!

A lei Bosman permitiu que os futebolistas, que são também considerados trabalhadores comunitários, não se vissem impedidos de jogar noutro país da União Europeia por normas internas da UEFA e das respectivas Federações nacionais de Futebol.


Espero que o nosso clube accione mesmo todos os meios legais para nossa defesa e posterior indemnização.
O Sr. Secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias que cumpra o seu papel, e termine com esta palhaçada!
E que estes senhores da Federação Portuguesa de Atletismo que choraram de alegria com as conquistas do luso-nigeriano Francis Obikwelu ... demitam-se!!!

História do atletismo na cidade do Porto

A Associação de Atletismo do Porto, é uma instituição desportiva com uma actividade que abrange o território do distrito do Porto, foi sucessora da Associação Portuense de Atletismo que foi fundada em 23 de Março de 1926, conforme os escritos da época.

A Associação Portuense de Atletismo teve a sua primeira sede no 1º andar do nº 24 da Rua da Porta do Sol, tendo sido sucessora da sua percursora a Delegação no Norte da Federação Portuguesa dos Sports Atléticos, que se estabeleceu na cidade do Porto em 1924, cuja Federação foi fundada em 21 de Novembro de 1921, dando origem mais tarde, em 7 de Maio de 1927, à actual Federação Portuguesa de Atletismo.

A Associação Portuense de Atletismo criada a 23 de Março de 1926 teve como primeiros dirigentes: Carlos Teixeira Pilrão, José Neves Eugênio, Raul César e Roberto Machado, este último, que foi o autor que deu o nome à Associação Portuense de Atletismo, era um autêntico aristocrata do desporto, pelas diversificadas missões que desenvolveu em prol do Atletismo, mantendo-se ligado à modalidade praticamente até ao seu desaparecimento, já em plena década de 70.

A actual instituição que, pelos escritos atrás referidos, comemorará as suas Bodas de Diamante em Março de 2001, ainda se debate hoje em dia com problemas que foram o sonho dos seus dirigentes pioneiros para a concretização das suas actividades atléticas.

Embora sem as normais condições que lhe permitissem valorizar a actividade dos praticantes seus filiados, desfilaram nessa época no panorama atlético Nacional, muitos dos seus mais representativos atletas, que elevaram bem alto o nome da Cidade, da Região e do País nas primeiras quatro décadas da sua existência.

A Associação foi a responsável durante esse lapso de tempo pela modalidade a Norte do Mondego, só mais tarde, já no decorrer da década de 60 é que foram fundadas outras Associações, nomeadamente em Coimbra e Braga.

Mas foi na Cidade do Porto que esta Associação sempre teve alguns dos seus representativos atletas, muitos deles Internacionais e Olímpicos, embora correndo o risco de olvidarmos alguns nomes, gostaríamos de destacar entre muitos António Saarfield, Dr. Mário Duarte, Mário Porto, Dr. Fernando Prata de Lima. Dr. José Prata de Lima, Herculano Mendes, Prof. Edgar Tamegão. Engº José Sampaio Peixoto, Dr. António Tender, Eugênio Simões Lopes e tantos mais, estes valorosos jovens, muitos deles já desaparecidos do nosso convívio, foram os sólidos alicerces da primeira metade da vida da Associação. Alguns, após o fim da sua carreira desportiva, foram empenhados dirigentes nesta cruzada a favor da modalidade, representando os clubes pioneiros da modalidade, nomeadamente, Clube Sportivo Nun'Álvares, Sport Clube do Porto, Académico Futebol Clube, Futebol Clube do Porto, Estrela Vigorosa Sport, entre muitos outros.

Contemporaneamente e muito especialmente após a revolução de Abril, a Associação dinamizou ainda mais as suas actividades, procurando trazer à prática da modalidade uma imensidão de novos praticantes, é nessa fase que o Atletismo em Portugal, atinge uma dimensão Nacional ao chegar a todos os Portugueses, é neste período que temos alguns dos mais representativos atletas a nível Mundial, de que gostaríamos de destacar, Rosa Mota. Fernanda Ribeiro, Aurora Cunha, Albertina Dias, no sector feminino; António Leitão, José Sena, José Regalo, José Leitão, António Pinto, Nuno Fernandes, no sector masculino.

Nesta fase contemporânea os Clubes mais representativos foram a Futebol Clube do Porto, o Centro de Atletismo do Porto, o Futebol Clube da Foz, o Sporting Clube de Espinho, Boavista Futebol Clube, CIPA - Clube de Iniciação e Propaganda do Atletismo, Maratona da Maia, os quais se empenharam na promoção da modalidade, alguns deles continuando ainda a fazê-lo a par com clubes de existência mais recente.

Algumas das glórias da modalidade:

FERNANDA RIBEIRO
(Atletismo)

Detentora por mérito próprio de um lugar entre as melhores e mais medalhadas atletas portuguesas de todos os tempos, Fernanda Ribeiro marcou uma época de grande fulgor do meio-fundo e fundo nacionais. Depois de um trajecto de sucesso nos escalões mais jovens do FC Porto, Fernanda Ribeiro começou a somar grandes conquistas em 1994, arrecadando o título europeu de três mil metros em pista coberta. Segue-se o ouro em inúmeras competições e não tarda a chegar o brilho olímpico, à terceira participação, graças a um dos mais belos sprints finais da história dos dez mil metros. Em 1996, em Atlanta, Fernanda Ribeiro conquista o ouro nos dez mil metros e a prata nos cinco mil, selando um ano de absoluta excelência com o título europeu dos três mil metros. Embaixadora de sucesso do emblema portista, Fernanda Ribeiro continua a fazer valer o seu estatuto de campeã e a participar em diversas provas desportivas espalhadas pelo Mundo.



AURORA CUNHA
(Atletismo)

Foi a primeira grande conquistadora de títulos do atletismo do FC Porto. Envergou ao longo de duas décadas a camisola azul e branca, que vestiu pela primeira vez em 1975. Campeã do Mundo de estrada, campeã da Europa e recordista nacional nas várias distâncias, Aurora Cunha foi atleta olímpica, participando por três vezes no maior acontecimento desportivo do Mundo. Especialista nos cinco mil e dez mil metros, foi responsável por uma nova dinâmica na secção de atletismo do clube, cativando e entusiasmando muitos outros atletas e novas apostas, numa modalidade até então quase sem expressão no FC Porto. Mantém o mesmo amor e dedicação ao FC Porto que revelou ao longo da carreira, tendo sido distinguida e homenageada várias vezes pelo seu empenho em prol do crescimento da modalidade.

3 comentários:

P. Ungaro disse...

È vergonhoso ... mudar os regulamentos para nos colocar fora !!!
Estamos num pais de 3º mundo !!!

não acredito.

Um abraço

http://www.fcportonoticias-dodragao.blogspot.com/

Dragus Invictus disse...

Boa tarde,

É mesmo ridículo, uma vergonha e uma ilegalidade.
Atenta contra o principio da livre circulação de trabalhadores dentro do espaço UE, e os nossos atletas são considerados trabalhadores na legislação comunitária!
Poder inscrever atletas comunitários, mas que não podem participar nos campeonatos nacionais e só podem participar na provas europeias.... é ridículo!!!

Ficaram com "dor de corno" porque a Radevica papou a medalha à Naide!

Espero que o nosso clube accione mesmo todos os meios legais para nossa defesa e posterior indemnização.

Os atletas comunitários devem também agir judicialmente contra a FPA, pois estamos na presença de outro caso semelhante ao Bosman!
A lei Bosman permitiu que os futebolistas, que são também considerados trabalhadores comunitários, não se vissem impedidos de jogar noutro país da União Europeia por normas internas da UEFA e das respectivas Federações nacionais de Futebol.
E que estes senhores da Federação Portuguesa de Atletismo que choraram de alegria com as conquistas do luso-nigeriano Francis Obikwelu, se demitam!!!

Abraço

bruno leal disse...

Só gostava de saber, em portugal é diferente do resto do mundo então, Ou corre-se com a prata da casa ou com o "restos" dos estrangeiros e se por ventura fizer uma contratação á PORTO (isto é, contratar um atleta desconhecido do resto do MUNDO e torná-lo um campeão ) ele não vai puder representar o seu país para puder continuar a representar o clube por quem assinou um contrato, em virtude ~de depois não puder dedicar a 100% no clube, uma vez que só pode representar a nivel internacional.
Ou então ser um atleta a part-time, uma nova profissão em portugal.