Depois de uma mini férias que o calendário em Portugal determinou, mal por sinal, 16 dias depois o FC Porto regressa à competição e com jogo marcado para Zagreb na estreia da Champions nesta época.
É com expectativa que todos os Portistas aguardam por esta época na Champions. No ano passado, depois de uma das melhores épocas de sempre na época anterior, senão mesmo a melhor, a participação na Champions foi constrangedora e muito frustrante para todos. A equipa não jogou bem e no último jogo, em pleno Dragão, falhou o apuramento e o primeiro lugar no grupo.
Este ano, para além de se impor uma prestação bem diferente, existe ainda o ingrediente adicional de já não contarmos com Hulk no plantel, tendo ido reforçar um adversário da mesma competição, o Zenit.
O sorteio não foi o mais favorável mas também não foi o mais complicado em teoria. Como segundo cabeça de série, o Dinamo Kiev, uma equipa mais ou menos ao mesmo nível do Zenit ou do Shakthar que o FC Porto defrontou o ano passado. Não tem tantas estrelas de renome, mas é uma equipa que joga bem e poderá complicar as contas das restantes equipas. Pela ordem do sorteio, surge o PSG, o novo rico da Europa, que se reforçou em qualidade e em quantidade e que poderá ser o carrasco Manchester City da época passada. Tem de facto um conjunto de grandes jogadores e este ano não se preocupou apenas com o ataque, reforçou-se bem no sector defensivo. A desvantagem é que ainda está a construir uma equipa, pelo que não estará certamente ao nível das suas individualidades. Por último, o Dínamo Zagreb, o adversário deste primeira jornada, uma equipa forte no seu País, mas que na Champions ainda é um desconhecido.
O FC Porto começa a fase de grupos fora do seu reduto, mas ainda assim, a vitória é o objectivo, primeiro porque começar a vencer e logo fora pode dar uma vantagem para o segundo jogo em casa, segundo, estamos a falar do adversário com menos cotação e que é fundamental conquistar duas vitórias no confronto entre as equipas.
Estas semanas de trabalho foram realizadas sem a totalidade do plantel e já sem Hulk. Se a ideia de Vítor Pereira era começar a criar rotinas sem Hulk, não foram nestas semanas que o conseguiu em pleno. A nota positiva é que os jogadores que estiveram ao serviço das selecções estiveram em bom nível, sobretudo os atacantes, com Atsu e James a brilhar nas suas selecções e Varela a ser decisivo nos dois jogos da selecção.
Boas perspectivas para este regresso à competição.
Vítor Pereira convocou 19 jogadores, todos os disponíveis para ir a jogo com excepção da contratação de última hora, Quinones e Abdoulaye Ba.
Lista de convocados: Helton, Danilo, Lucho González, Maicon, Castro, Iturbe, João Moutinho, Jackson Martínez, James Rodríguez, Kléber, Miguel Lopes, Varela, Mangala, Fabiano, Alex Sandro, Atsu, Kelvin, Otamendi e Defour.
A grande dúvida para este regresso à competição do FC Porto é saber se Vítor Pereira vai manter o mesmo esquema de jogo, quando James cada vez mais se afirma como organizador de jogo e menos como extremo, ou se com a saída de Hulk, a equipa irá apresentar-se mais num 4X4X2?
A nível de opções, claramente a equipa está construída para o 4X3X3, se bem que para além de James, Atsu mostra condições de actuar mais no centro e menos encostado a uma das linhas e Iturbe, das poucas aparições, percebe-se que não é um extremo mas sim um jogador para jogar atrás de um avançado centro, mas com características mais atacantes do que propriamente de organizador de jogo. Apenas Varela apresenta-se com características naturais para jogar na alas, se bem que no inicio de carreira jogasse como avançado centro.
Em Zagreb Vítor Pereira poderá apostar mesmo no 4X4X2, voltando assim ao tempo em que Mourinho alinhava neste esquema na Champions e em 4X3X3 na Liga.
Este esquema poderá potenciar James no meio campo, como se observou no ultimo jogo com o Olhanense, mas fica a dúvida quem acompanhará Jackson no centro do ataque.
Varela poderá ser uma solução pois com ele em campo, a equipa poderá mudar de esquema durante o decorrer do jogo. Certo é, que com este esquema é preciso um jogador que desequilibre e crie espaços para Jackson, e de todas as opções, só mesmo Varela e talvez Iturbe possam fazer esse papel mais próximo do avançado Colombiano, que parece estar a convencer os Portistas, mesmo aqueles que como eu, estavam e estão ainda com algumas dúvidas do valor do atleta.
Equipa Provável: Helton, Danilo, Alex Sandro, Maicon e Otamendi, Defour, Moutinho, Lucho e James, Jackson e Varela.
Importante para este inicio de Champions a vitória, mesmo sem Hulk, o FC Porto tem qualidade suficiente para vencer o adversário e como tal, deve estar concentrado nesse objectivo e arrancar com atitude nesta nova aventura na Champions.
A partida terá transmissão televisiva na TVI pelas 19h45.
Força Porto.
Ricardo Nuno Gonçalves Jorge
2 comentários:
Bom dia,
Amanhã entramos na edição deste ano da champions, e todos esperámos uma importante vitória diante do Dínamo. Somos melhores e temos de ultrapassar as adversidades e vencer.
Espero que tenham aprendido com os erros da época transacta.
Há que ser sérios e procurar a vitória com raça e garra, pois assim sendo, com naturalidade venceremos.
Abraço e boa semana
Paulo
Zagreb, primeira etapa desta aventura muitas vezes repetida, que é a UEFA Champions League. O F.C.Porto, melhor clube português, tem lugar quase cativo e é um dos clubes com mais presenças na prova, que, recorde-se, ganhou em 2003/2004 e que foi o feito colectivo mais importante do desporto português. Depois de uma participação na época anterior que correu mal, espera-se que para o bi-campeão nesta temporada tudo seja diferente. O primeiro objectivo, é claro e é o mínimo exigível: chegar aos oitavos-de-final. E para isso, numa fase com apenas seis jogos e em que qualquer deslize pode ser perigoso, importa começar bem. Para começar bem, nada melhor que uma vitória e se essa vitória, como é o caso, for fora, melhor ainda, será um enorme passo em frente.
O primeiro obstáculo é o campeão da Croácia - de tantas recordações, foi em Zagreb e frente ao Dínamo que começou a primeira caminhada histórica do Dragão nas provas europeias e que só terminou na final de Basileia em Maio de 1984 - que não será um papão, mas em casa, perante um público apaixonado, será sempre um adversário a ter em conta e merecedor de respeito. Assim, é fundamental um discurso forte, positivo e que alerte para a importância do jogo, por todas as razões e mais uma: é preciso afastar fantasmas e começar uma nova era. Uma era que poderá ser menos incrível, mas que tem de dar continuidade a um longo caminho de vitórias e títulos. Temos contra, uma paragem inoportuna, pouco trabalho colectivo, alguma falta de ritmo, teremos de compensar essas carências com espírito de sacrifício, atitude, carácter e a nossa melhor capacidade colectiva e individual. Se for necessário sacrificar a nota artística, sacrifiquemos, mas pelas razões apontadas, na Champions, o romantismo tem de vir a seguir, em primeiro lugar estão os pontos.
Abraço
Enviar um comentário