quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os "cavaleiros" de Sir Bobby Robson



Tinha eu 15 anos, quando nas épocas 93/94 (meia época), 94/95 e 95/96, ainda o futebol era aos domingos à tarde no velhinho estádio das Antas, eu assistia ao mais belo futebol praticado pelo meu Porto até aos dias de hoje.
Jogávamos num 4*4*2, e tínhamos um futebol simples e rápido, de ataque muito atractivo. Baia, João Pinto, Rui Jorge, Aloísio, Zé Carlos, Emerson, Kulkov, Drulovic, Secretário, Domingos e Yuran.
Na época 93/94 apesar de só vir a meio da época, ainda ganhou uma Taça de Portugal ao Sporting que o tinha despedido, e levou nos até às meias finais da liga dos campeões, onde fomos vencidos pelo gigante Barcelona, que acabou por perder a final da taça dos campeões europeus contra o Milão por 4-0. Nessa meia final cometeu um erro muito badalado na altura… colocou o Aloísio a lateral esquerdo.
Fica também para a história na fase de apuramento a fantástica vitória por 5-0 na casa do então poderoso Werder Bremen. O F.C. Porto cilindrou completamente o Werder Bremen na altura a melhor equipa alemã. Numa equipa onde jogavam Timofte, Domingos, José Carlos e Fernando Couto, a equipa portista deu uma lição de futebol aos alemães.
Nesse ano só o Barcelona nos travou nas meias finais da Liga dos Campeões.
Na época de 94/95 marcamos 73 golos em 34 jogos e na época de 95/96 marcamos 84 golos em 34 jogos.
Eram épocas em que goleávamos nas antas, muitas das vezes ainda me estava a sentar e já lá morava o primeiro. Não tenho certeza absoluta, mas numa dessas épocas chegamos a marcar o golo mais rápido até então.
Sempre tentou falar português nas conferências de imprensa, onde misturava português com inglês e toda a gente entendia. Sempre sorridente quando pisava o relvado antes dos jogos, acenava aos adeptos, e vinha sempre verificar se o relvado havia sido bem regado.
Trocou nos pelo Barcelona, não tendo a atitude mais correcta com o nosso presidente e clube, mas nada disto irá apagar da minha memória os jogos fantásticos que assisti naquelas tarde de domingo no velhinho Estádio das Antas.
Bobby Robson, o cavalheiro do sorriso permanente e contagiante, cedeu em 31 de Julho de 2009 no último jogo da vida, frente ao mais difícil dos adversários, que já por várias vezes havia fintado e até derrotado. Tinha 76 anos e, segundo comunicado da família, "perdeu a sua longa e corajosa batalha contra o cancro e morreu, em paz, na sua casa do condado de Durham, com a mulher e a família ao seu lado".



José Mourinho de “Traductor” a “Special One”

José Mário dos Santos Mourinho Félix nasceu em Setúbal, Portugal no dia 26 de Janeiro de 1963.

José Mourinho é filho do ex-guarda-redes e treinador português, Félix Mourinho.
José Mourinho nunca conseguiu seguir uma carreira de futebolista, chegou a jogar nos juniores do Belenenses. Já sénior vestiu a camisola do Rio Ave. Mais tarde voltou ao Restelo, depois ao Sesimbra e acabou no Comércio e Indústria.
Já na altura leccionava Educação Física e começava a preparar-se para ser treinador de futebol, mas desde muito cedo mostrou uma habilidade inata para organizar e preparar os relatórios e os dossiers das equipas do pai.

Na década de 90, Mourinho esteve no Estrela da Amadora e no Vitória de Setúbal. Em meados da década é contratado para trabalhar com o técnico inglês Bobby Robson, no Sporting Clube de Portugal.

Na época 93/94, acompanha Sir. Bobby Robson na vinda para o FC Porto. De Mourinho sabia-se apenas que era o tradutor do técnico inglês.

Mourinho ganha assim alcunha de Traductor. 
Mantém-se braço direito do treinador inglês quando ele muda para o para o Barcelona.
Torna-se um conhecedor do futebol espanhol e quando Robson sai para o PSV, Mourinho permanece na Catalunha com o holandês Van Gaal. A confiança e o profissionalismo de Mourinho alargam-lhe o leque de funções. Do seu papel de tradutor, começa a contribuir activamente nos treinos e na preparação dos jogos. Passa a ser treinador adjunto de Van Gaal.

Em 2000, é escolhido pelo Benfica para substituir Heynckes após a 4ª jornada.
Muda a presidência de Vale e Azevedo para o Manuel Vilarinho. José Mourinho entra em rotura com a nova direcção e sai do Benfica após 9 jogos.

Na época seguinte, 2001/02, Mourinho começa a trabalhar na União de Leiria, com grande sucesso e em Janeiro de 2002 substitui Octávio Machado no comando técnico do FC Porto. Concluiu a época em terceiro lugar com 11 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.


Mourinho rapidamente identifica os jogadores-chave: Vítor Baía, Ricardo Carvalho, Jorge Costa, Costinha, Deco, Dmitri Alenichev e Postiga. A esta espinha dorsal juntam-se, entre outros, Maniche e Edgaras Jankauskas (Benfica), Paulo Ferreira (Vitória de Setúbal), Nuno Valente e Derlei (ambos da União de Leiria). Com o rigor táctico e a determinação sui generis de Mourinho nasce o Porto Mágico. Em dois anos venceram duas competições europeias e as duas Superligas.
Em 2003, Mourinho ganha o primeiro campeonato português com 27 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, vence a Taça de Portugal e conquista a Taça UEFA (contra o Celtic de Glasgow).
No ano seguinte, o FC Porto conseguiu ganhar mais uma vez a Superliga, agora com 8 pontos de vantagem. Perde na final da Taça de Portugal contra o eterno rival Benfica, mas 2 semanas depois triunfa na mais alta prova da UEFA. Derrota o AS Monaco (3-0) na final da Liga dos Campeões (3-0). Em toda a prova o Porto de Mourinho só perdeu com o Real Madrid na primeira fase de Grupos e elimina o Manchester United, Olympique Lyonnais e o Deportivo da Coruña.

Com tal percurso não foi surpresa a cobiça de diversos clubes, entre eles o Chelsea de Abramovich. Em Junho de 2004, torna-se um dos treinadores mais bem pagos do Mundo ganhando cerca de 12 milhões de euros por ano.
Tal como fez no FC Porto, Mourinho constrói uma equipa à sua medida. A fortuna do russo Abramovich ajuda Mourinho na contratação de Tiago, Drogba, Robben e Kezman, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira.
Conquista títulos sem contudo obter a glória de uma conquista europeia ao serviço dos ingleses.

Ganha em Inglaterra a alcunha do “Special One”.

Sai do Chelsea e vai para o Inter de Milão, conquista Itália e a Europa, à semelhança do que tinha acontecido no FC Porto. Vence mais uma vez a Liga dos Campeões … e ganha contrato milionário com o Real Madrid que vai treinar na próxima época.

André Villas-Boas de “discípulo de Sir Bobby Robson” a “olhos e ouvidos de Mourinho”

Luis André Pina Cabral Villas-Boas nasceu a 17 de Outubro de 1977 no seio de uma família de viscondes. O treinador é bisneto de José Gerardo Coelho Vieira Pinto do Vale Peixoto de Villas-Boas, primeiro visconde de Guilhomil.
Em 1994, o jovem André Villas-Boas de 17 anos depara-se com Sir Bobby Robson no seu prédio. Neto de uma inglesa e de um português com estatuto, o pequeno André encheu-se de coragem e meteu conversa com o novo treinador do F.C. Porto. Esta feito o mais difícil.

Bobby Robson ficou agradado com os conhecimentos de André Villas Boas e o domínio da língua inglesa e apontou-lhe o caminho: tirar o curso de treinador. Inicialmente, este preferia seguir Educação Física, abordar o desporto em geral. Mas a oportunidade estava ali, bastava agarrar.

André Villas Boas devorava futebol. Alimentou o amor ao desporto desde cedo, mas faltava-lhe o talento na ponta das chuteiras. Resignou-se. Pegou nos livros, comprou cadernetas e devorou jornais. Todos os dias, lá estava ele no café, a compilar informações sobre os craques dos campeonatos nacionais.

O saudoso treinador britânico foi crucial para o jovem português. André Villas Boas tinha apenas 17 anos, idade insuficiente para tirar o curso na Football Association de Inglaterra e na homóloga de Escócia. Robson falou com o responsável Charles Hughes (um acérrimo defensor da escola do pontapé para a frente) e contornou a questão. Como estágio, o aspirante luso seguiu os treinos do Ipswich de George Burley.

André Villas Boas crescia como técnico e estava pronto para a primeira experiência. Entra no F.C. Porto para treinar as camadas jovens, enquanto tira os vários níveis do curso de treinadores da UEFA.

Do Porto para o Mundo

O cargo de director-técnico da selecção das Ilhas Virgens Britânicas, logo em 2000, permite a Villas Boas conhecer a realidade do futebol nas Caraíbas e crescer, crescer até com as pesadas derrotas.

Um ano depois, o F.C. Porto volta a abrir-lhe as portas.

José Mourinho chega entretanto e reencontra o miúdo que andava sempre com Bobby Robson.
André Villas Boas passa a encarregar-se da observação de adversários. Fá-lo com mestria. Admirador confesso do Championship Manager, desenvolve capacidades no futebol real e transforma-se num valor seguro.


José Mourinho não mais prescinde de André Villas Boas e apresenta o jovem como os seus «olhos e ouvidos». Necessariamente discreto, condição essencial para trabalhar com o «Special One», Villas Boas passa a elaborar dossiers completos sobre os adversários do F.C. Porto. Viria a fazer o mesmo no Chelsea.

O processo era simples. Aparecia nos treinos dos adversários, sempre de forma incógnita, e começava a reunir informações sobre os principais jogadores da equipa. Aliás, de todos os jogadores, se for preciso. Em quatro dias, durante a semana, André Villas Boas compilava todos os dados. Depois, bastava apresentá-los a José Mourinho e jogadores, para estes saberem ao pormenor quem iam defrontar no encontro seguinte.

Mourinho leva Villas Boas do F.C. Porto para o Chelsea, do Chelsea para o Inter de Milão. Aos poucos, André conquista capital de confiança para aspirar a uma carreira a solo. Aos 31 anos, 32 feitos entretanto, a Académica acena-lhe com um convite. O empresário Jorge Mendes intermedeia o negócio. O discurso à chegada, os primeiros resultados e o ar fresco fazem o resto. Esteve perto do Sporting, diz-se, assinou pelo F.C. Porto.

O futuro é dele.

fontes: wikipédia; maisfutebol.iol.pt

5 comentários:

Anónimo disse...

Grande post.Bem haja Dragus invictus

Este ano é para cilindrar os lampiões :)

Dragus Invictus disse...

Obrigado amigo,

Espero que este ano seja o início de mais um caminho de sucesso.

Abraço e aparece sempre

Penta disse...

bela 'POSTa', sim senhor ;)

mas o que guardo na retina são as memórias desse Penta - do qual foi parte integrante o saudoso Bobby Robson.

recordo que, com mais 4 amigos, fomos assistir à sua estreia, em Vidal Pinheiro, num jogo para a Taça de Portugal. praticámos um excelente futebol - se comparado com o do Ivic, o anterior treinador - e com o mesmo plantel, mas jogando no "tal" 4-4-2 (em vez do 4-5-1 do croata) ganhámos por 0-2. e poderiam ter sido muitos mais, não fosse o Pedro Espinha ter feito uma exibição do outro mundo.

abraço e continuação de um Bom Trabalho

Dragus Invictus disse...

Obrigado amigo Penta1975.

Eu adorava ver o FC Porto do Sir Robson. O futebol era bonito, atacante, sempre com muitos golos.

Lembro me que por vezes estávamos a acabar de comemorar um golo ... e já lá morava outro.

Pena a meia final da liga dos campeões europeus perdida com o Barcelona.

E aquele jogo perdido nos penaltis, nas Antas frente à Sampdória, nos quartos de final Taça das Taças.

Abraço

Anónimo disse...

Se há coisa que me recordo dessa época, era o lançamento longo para as costas da defesa, normalmente para o Drulo, com que iniciavamos sempre os jogos.

E julgo que foi numa dessas jogadas que conseguimos o tal golo, um dos mais rápidos da história do futebol Português, como já referiram.