O FC Porto regressa hoje (terça-feira) ao trabalho depois de umas mini-férias por altura do Natal. Ao contrário de outros anos, em que nesta altura gozava-se 2 semanas de paragem, felizmente os responsáveis do futebol português perceberam o mal que esta paragem trazia para as equipas.
Foi sem dúvida um arranque fabuloso do FC Porto, depois de terminar a época passada com 10 vitórias consecutivas, o FC Porto somou já neste nova época 26 jogos oficiais sem perder e apenas com 3 empates (Vitória Guimarães e Sporting para a Liga e Besiktas para a Liga Europa).
Com o objectivo claramente definido a equipa parte para esta segunda metade da época com a mesma motivação, tranquilidade, força que terminou o ano de 2010. Será agora neste fase que as vitórias se poderão traduzir em títulos e esta é sem dúvida a grande motivação que a equipa terá em mente.
Numa altura que o mercado reabre é bom sinal que uma equipa não ande à procura, com algum desespero à mistura, de reforços. Se os nossos adversários estão neste registo é bom sinal.
Contudo, Villas Boas poderá contar já em Janeiro com 26 jogadores no seu plantel, com inscrição, isto se Mariano Gonzalez for inscrito, como tudo indica que sim. E neste contexto, penso que é exagerado o número de jogadores para esta fase final. No início da época, compreende-se que 25 jogadores, dos quais 11 eram jogadores novos no plantel, que se tenha optado por não reduzir, mas nesta fase e sobretudo com o rendimento de muitos deles, alguns mesmo com polivalência no relvado, possa este número ser reduzido, a bem dos jogadores e do FC Porto, que tem todo o interesse em ter jogadores menos utilizados a rodar.
Ainda sem falar em possíveis reforços existe alguns casos que seria interessante tomar uma decisão.
Na defesa, tem sido curioso a alternância entre Fucile e Sapunaru. É de destacar o Romeno que tem tido nos últimos jogos muito boas prestações. Fucile, pela sua polivalência é sempre uma mais valia no plantel, mas por outro lado, Emídio Rafael, nos jogos que realizou também mostrou valor e potencial. Face à exigência que aí vem, penso que qualidade e quantidade a mais é sempre positivo, contudo existe um jovem brasileiro de seu nome Mário Fernandes (Grémio) que encaixaria muito bem nesta defesa, pela sua polivalência de jogar a defesa direito e central. Mas este cenário só fará sentido numa possível transferência de Fucile ou Sapunaru. Ainda na defesa e com a boa evolução de Maicon e Otamendi, e a tranquilidade de Rolando, o espaço fica curto para Sereno, que é um bom jogador, mas pela mesma lógica, nesta fase de decisões seria arriscado não ter mais um central com experiência.
No meio campo existem 2 dúvidas. Souza e Castro. Ambos jovens, ambos integraram o plantel este ano, mas não faz muito sentido que continuem os 2 no plantel, quando se têm Fernando, Guarin, Moutinho, Ruben Micael e Belluschi em bom nível e quando se têm jogadores no ataque que poderão jogar neste meio campo, tal como Mariano, Cristian Rodriguez e porque não James Rodriguez. O que é certo é que Villas Boas deverá prescindir de um destes jovens, que actuam na mesma zona do terreno, permitindo assim, mais oportunidades no plantel para o que ficar e para o que parte, mais oportunidades de evoluir. Neste sentido, e olhando para as características de ambos, parece-me que Souza, sobretudo pela estatura fisica, que claramente será uma opção diferente para este meio campo. Por outro lado, há que perceber que o FC Porto, dado o reduzido número de jogadores formados no clube, ao perder Castro e provavelmente Ukra, perde 2 vagas na Liga Europa.
No ataque, principalmente nas alas é onde surge as maiores dúvidas. O FC Porto já tinha 5 jogadores inscritos para esta posição e com o surgimento de James Rodriguez e a mais que provável inscrição de Mariano Gonzalez, o FC Porto fica com 6 opções naturais para 2 lugares no esquema de Villas Boas. É aqui claramente que o FC Porto tem de emagrecer o plantel. Existem vários candidatos. Ukra e James por serem os mais novos e Cristian Rodriguez pela incapacidade demonstrada de voltar a jogar como jogou na primeira época de dragão ao peito. Neste contexto, e com contrato até 2012, penso que a grande dúvida anda á volta de Cristian (se a venda ou mesmo um empréstimo) e Ukra, que dos 6 candidatos é talvez aquele que tem mostrado menor qualidades nas oportunidades que teve (excluindo da comparação Mariano). Por outro lado, penso que o FC Porto fará bem em manter James Rodriguez no plantel, pois não fará sentido emprestar um diamante destes logo numa altura que começou a crescer na equipa.
Em resumo, o FC Porto deverá emagrecer o plantel em 2 jogadores, ficando com um plantel de 24 jogadores. Um dos jogadores deverá surgir do meio campo (Souza ou Castro) e o outro do ataque (Ukra e/ou Cristian Rodriguez). Aqui poderá pesar claramente o factor Liga Europa, optando Villas Boas pela permanência dos jogadores formados no clube.
Quanto a entradas nada se tem falado e não creio que surja algum nome durante o mês de Janeiro. Como adiantado acima, existem alguns jovens referenciados, mas só deverão ser contactados em caso de saída de mais alguém que os considerados excedentários, o que não é provável que aconteça. Ainda assim, Mário Fernandes (Grémio), estará em stand-by, caso um dos laterais direitos saia por uma boa proposta. Neste cenário de permanência dos jogadores mais influentes, existe um jogador que o FC Porto (caso não o tenha feito já) deveria agarrar rapidamente, trata-se de Edwin Cardona, colombiano de 18 anos, feitos em Dezembro, que é considerado a maior promessa da Colômbia, melhor jogador do mundial Sub-17, e que já é titular no clube onde Renteria, ainda com contrato com o FC Porto, pretende jogar.
No ataque, e com a subida de rendimento de Walter e a possibilidade de mudar o esquema para 4X4X2 ou mesmo Hulk surgir no meio, não será provável o reforço de mais um atacante de área, a não ser que seja um jogador jovem e com características únicas de jogo aéreo e nesse perfil, Funes Mori (River Plate), pretendido pelo rival de Lisboa, seria uma opção interessante, até pelo facto psicológico de lhe mudar a rota de chegada a Portugal.
Certo é que o FC Porto, à semelhança dos restantes clubes portugueses, tem de ser cada vez mais assertivo nas contratações e sobretudo olhar para a formação e contratar apenas para as maiores lacunas que surjam. Neste contexto, claramente e a pensar no futuro, o FC Porto precisa de um lateral direito e de um jogador criativo no meio campo. Serão estas as posições a pensar num futuro próximo e jogadores como Mário Fernandes (20 anos) e Edwin Cardona (18 anos) seriam opções perfeitas.
Igualmente importante será resolver alguns casos de empréstimos que terminam em Janeiro ou terminaram antecipadamente ou mesmo cujos empréstimos não estão a produzir o esperado, quer para os jogadores quer para o FC Porto, que não está a ter o retorno esperado. Falo de Benitez (termina empréstimo em Janeiro com o San Lorenzo, salvo alguma novidade recente), Prediger (que antecipou o término do empréstimo ao Cruzeiro), Renteria, que salvo noticia recente, continua com contrato até Junho de 2011 e sem clube, Tomás Costa, que está emprestado ao Cluj mas não tem jogado com regularidade, um dos grandes investimentos do FC Porto, David Addy, que começou por ser titular na Académica mas depois desapareceu das opções e Sérgio Oliveira, emprestado ao Beira Mar, mas que não tem tido muitas oportunidades para jogar. Enquanto que nos casos de Benitez, Prediger e Renteria, pode fazer sentido uma transferência definitiva, os casos de Tomás Costa, Addy e Sérgio Oliveira, faz sentido mudarem de clube e assim poderem evoluir até final da época para nova avaliação.
Ao contrário dos nossos adversários directos, o FC Porto poderá neste mês de Janeiro, amealhar mais alguns milhões de euros nestas transacções de jogadores o que seria brilhante, sem beliscar o núcleo duro.
Importante é que estas decisões sejam tomadas rapidamente para que o FC Porto possa trabalhar tranquilo num mês que geralmente é fértil em noticias especulatórias.
É com grande expectativa que os portistas anseiam pelo primeiro jogo do ano, já no dia 2, no Dragão, frente ao Nacional, para a Taça da Liga.
Força Porto e bom regresso ao trabalho.
Ricardo Jorge
2 comentários:
Bom dia,
Excelente análise ao recomeço das competições após paragem de Natal.
De facto no plantel irão haver mudanças nos próximos dias, as prováveis saídas por empréstimo de Castro e Ukra que precisam jogar para continuar a evoluir.
Na minha opinião pessoal, se houvesse mercado para Cebola e Mariano, eu optaria pela saída dos dois e uma aposta forte em Ukra e James para as alas como alternativas a Varela e Hulk.
Mas ao mesmo tempo se Cebola voltar a garra que já teve no Porto, optaria pela saída de Mariano e empréstimo de Ukra.
Entre Castro e Souza, preferia o empréstimo do brasileiro. Castro para mim é um jogador à Porto, e tendo Guarin se afirmado como alternativa a Fernando, penso que a polivalência de Castro seria uma mais valia.
Na defesa, só com a saída de Fucile, o que acho pouco provável é que poderíamos "atacar" o excelente jogador Mário Fernandes.
Poderíamos tentar "atacar" Zé Castro que está de saída do Corunha já em Janeiro ...
No ataque cheira me a Éder da Académica para reforço. É um avançado possante, com perto de 1,90, um jogador com perfil que não temos no plantel.
Quanto aos jovens Sérgio Oliveira e Addy, realmente ou jogam ou têm de mudar de clube, principalmente o Sérgio que está a perder-se...
abraço e boa semana
Paulo
Vamos com calma que Janeiro ainda nem começou...
Um abraço
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