domingo, 2 de janeiro de 2011

Erros a mais e agressividade a menos

Fica para a história ao 27º jogo oficial o FC Porto perdeu.

As derrotas quando são justas são bem mais fáceis de digerir, mas esta apesar de não ter sido justa será concerteza fácil de digerir uma vez que não foi por má exibição ou falta de entrega dos jogadores que o FC Porto perdeu.

A história do jogo é fácil de contar. O Nacional aproveitou 2 erros graves na pequena área do FC Porto e marcou 2 golos. Mas é importante relevar o facto de a única equipa com agressividade em campo foi o Nacional, e mesmo aplicando essa agressividade desde a primeira parte, o FC Porto e Villas Boas não foi capaz de dar uma resposta à altura.

Numa primeira parte muito morna, foi sempre o FC Porto a tomar conta do jogo e a procurar o golo, mas foi sempre o Nacional a equipa mais organizada, ainda que apenas defensivamente. Os seus jogadores aplicarem de forma eficaz a fórmula que traziam. Defensivamente o FC Porto mostrou sempre alguma intranquilidade, Rafa sempre com grande vontade de libertar a bola e Sereno, novamente muito nervoso. No meio campo, só houve Guarin ao nível habitual. Moutinho algo apagado mas sem comprometer e Ruben Micael que foi um pequeno desastre no meio campo, sem qualidade no passe e muito lento nas transições. O ataque acabou por ser vitima de um meio campo, onde Guarin defendia e atacava, mas nem Hulk nem James conseguiram desequilibrar.

Na segunda parte, o FC Porto entrou com outra face e mostrou mais velocidade ainda que a agressividade continuasse ausente. Mas com o ritmo mais elevado começou a bola a surgir mais vezes e de forma mais perigosa na área do Nacional. Villas Boas foi forçado a mexer na equipa pela lesão de Fucile e Sapunaru entrou e bem no jogo. E foi com alguma naturalidade, mas talvez pela forma menos esperada que o FC Porto chegou ao golo, através de uma grande penalidade convertida por Hulk.



E nem se pode falar neste jogo de um abrandamento do ritmo do FC Porto por ter chegado à vantagem porque não foi isso que aconteceu. O FC Porto continuou mais 10 minutos a controlar o jogo e a procurar o segundo golo, mas em vez de ter conseguido o seu objectivo acabou por sofrer um golo com um erro gravissimo de Kieszek que ofereceu o golo do empate ao adversário, sem que em 30 minutos de jogo o justificasse.

Villas Boas retirou Ruben Micael, tardiamente, colocando Belluschi e face à falta de soluções atacantes, acabou por arriscar em colocar Ukra no lugar de Guarin. Ukra mais uma vez não conseguiu acrescentar valor à equipa ficando mesmo a sensação que o melhor será mesmo o empréstimo deste jovem valor.

E quando o FC Porto procurava o segundo golo eis que numa boa jogada do Nacional, aproveitou muito bem o facto da defesa do FC Porto permitir que um jogador na pequena área se antecipasse e marcasse o golo. Foi um golpe muito duro para o FC Porto, que não merecia a derrota neste jogo, nem talvez o empate.

Villas Boas passará certamente a mensagem correcta aos jogadores depois deste jogo. Jogar para ganhar implica atacar e defender bem. E hoje, o FC Porto atacou o suficiente para ganhar o jogo, mas deitou tudo a perder nos inúmeros erros no sector defensivo. Este era o jogo mais importante nesta fase, pelo que fica a sensação que Villas Boas não deu a importância devida ao mesmo, principalmente ao ter deixado de fora Maicon e Otamendi, em detrimento de Sereno, que apenas tinha jogado na Taça de Portugal.

De destacar no FC Porto, o melhor em campo, Guarin, começou com um papel mais defensivo e acabou como o médio mais ofensivo. Isto significa que nem Moutinho nem sobretudo Ruben Micael conseguiram levar a bola para a frente. Hulk, pelos desequilíbrios que conseguiu e sobretudo pelo golo marcado acaba por ser destacado pela positiva, tal como Sapunaru que os poucos minutos que fez resultaram em grande agressividade ofensiva.

Pela negativa, Villas Boas, por não ter mexido no meio campo mais cedo, impunha-se, com o nulo ao intervalo, que Belluschi entrasse em campo, para o lugar de Ruben Micael, Kieszek, pela falha grave com influência no resultado e Sereno por nova falha grave, com influência no resultado mas também pelo nervosismo espelhado, que não se compreende face à experiência que o jogador tem.

Importante referir que a titularidade de Kieszek fazia todo o sentido, contudo é discutível a titularidade de Sereno, sem que Maicon ou Otamendi estivessem impossibilitados de jogar.

Face a este resultado as contas ficaram muito complicadas para o FC Porto. Com mais 2 jogos para efectuar, duas vitórias poderá não ser suficiente para seguir em frente, caso o Nacional faça mais 4 pontos, igualmente nos 2 restantes jogos. Este era mais um motivo para que o FC Porto tivesse encarado este jogo com mais concentração e agressividade.

Não é com esta derrota que a equipa irá ficar abalada ou se possa colocar em causa a competência de Villas Boas e dos jogadores, mas neste jogo foi possível confirmar, mais uma vez, que Ukra deverá ser emprestado e mesmo com o regresso à competição de Mariano, seja necessário reforçar o sector atacante com nova opção para o centro do ataque.

Declarações de Villas-Boas:



A equipa terá a possibilidade de já no próximo dia 8 rectificar este resultado menos positivo onde poderá já contar com os regressos de Fernando e sobretudo Varela que têm feito muita falta ao sector atacante.

Destacar pela negativa a intranquilidade do árbitro, aparentemente não cometeu erros graves, mas dar 3 minutos de descontos, quando todas as substituições foram feitas na segunda parte, e foram várias as interrupções no jogo é no mínimo duvidoso da competência enquanto árbitro.


Força Porto.

Ricardo Jorge

8 comentários:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Creio que ficou evidente o mau momento que a equipa atravessa, independentemente se joga o titular ou o suplente.

Tem sido assim nos últimos jogos, em que os resultados têm atenuado as consequências.

Importante é que a equipa técnica e Administração da SAD estejam atentos para corrigir erros de casting, consensualmente observados pelos adeptos(aparentemente não estão, pois dizem-se satisfeitos com o plantel).

Importante também é fazer as vedetas descer das nuvens, colocar os pés em terra firme e lembrar que os 5-0 aos lampiões só aconteceram, com determinação, profissionalismo, classe e ambição, qualidades que devem ser repetidas em todos os outros jogos.

Perder não é uma tragédia, se soubermos tirar as devidas ilações.

Para mim, neste jogo, só Guarín não merecia a derrota, pelo belo jogo que fez. Todos os restantes (uns mais que outros, impressionaram pela vulgaridade.

Finalmente o grande motivo para uma explosão de contentamento da CS frustrada que não deixará de dedicar as suas primeiras páginas ao acontecimento.

Um abraço

Anónimo disse...

Jogo fraco a condizer com o que temos vindo a fazer só que desta vez não tivemos a sorte do jogo.

Temos de voltar a jogar com a mesma intensidade que vinhamos a praticar até á 4 jogos atrás.

A equipa em momentos do jogo parece algo amorfa,fica á espera que aconteca o golo,parece que ainda vive á sombra dos 5-0.

Perder pontos na taça da liga a mim não me incomoda muito,incomoda-me é ver certo conformismo na equipa,penso que nos faltam soluções de ataque,e em jeito de presunção aquele Sereno não cabem nem no Braga.

Ultrasfcporto disse...

Amigos portistas a nossa equipa perdeu uma batalha mas não a "guerra". Agora perder por aselhice essas derrotas é as mais difíceis para suportar pelo menos para mim. Vamos ver se no próximo jogo será melhor, isto com certeza ainda são efeitos da ressaca das rabanadas.
Cumprimentos,
ultrasfcporto

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem entramos apáticos no jogo, muito lentos, um meio-campo pouco dinâmico, com Ruben e João Moutinho uns furos abaixo do que é habitual. Também temos de dar mérito ao Nacional que entrou bem organizado defensivamente e segurou o empate na 1ª. parte. Nós na primeira parte, vivemos das tentativas frustradas de Hulk, de Walter e James a espaços e das investidas de Guarin, que foi o melhor em campo. Guarin foi até ser substituído o elemento mais empreendedor no meio-campo.
Na segunda parte entramos melhor, com mais raça e rapidez de circulação e conseguimos com naturalidade o golo, através de penalti. E parecia que o jogo estava ganho...
Mas o Nacional e bem, veio para a frente à procura do empate, e não obstante o erro do Pavel, cometemos muitos erros defensivos. Já antes Orlando Sá não tinha emendado um cruzamento para golo por um triz.
Assim o Nacional chega ao empate, e marca o golo que faz a reviravolta.
Acho que o FC Porto, tendo em conta a valia do adversário, arriscou demais, ao colocar na defesa ao colocar Sereno e Pavel que têm muitos poucos minutos de jogo.
Seria prudente ter jogado Helton e Maicon ou Otamendi.

Será muito difícil agora a qualificação para as semi-finais, nem que vençamos os 2 jogos. Dependeremos sempre de terceiros.

Abraço

Paulo

dragao vila pouca disse...

Ao fim de trinta e tantos jogos sem conhecer o travo amargo da derrota, o F.C.Porto perdeu. Perdeu novamente para a Taça da Liga, - parece que esta Taça não está talhada para o melhor clube português...-, mas e é preciso dizê-lo, nem de perto nem de longe, merecia perder. Sem ser exuberante, melhor na segunda que na primeira-parte, o conjunto de André Villas-Boas dominou totalmente o jogo; teve dez cantos a favor e nenhum contra; nunca esteve em riscos de sofrer um golo; e fez mais que o suficiente para ganhar. Mas como no futebol não há vencedores morais, nem nós queremos arranjar desculpas, temos de dizer que quem não é eficaz no ataque e dá aquelas abébias na defesa, uma autêntica consoada de Natal, antes dos Reis, sujeita-se a ter dissabores.

Foi isso que aconteceu esta noite no Dragão, que teve uma moldura humana, cerca de trinta mil espectadores, digna de registo.
Não adianta lamentarmo-nos, nem ficar a chorar sobre o leite derramado. É hora de reflectir sobre os erros de hoje, tirar as ilações necessárias, olhar em frente e partir para uma nova série de vitórias. Agora, sem a fobia de recordes para a frente e para trás, concentremo-nos no próximo jogo e nesse não pode haver lugar a desconcentrações, experiências, facilitismos.
Vamos a isso pessoal, transformemos este passo atrás em muitos passos à frente.

Sobre os jogadores, não vou fazer grande comentários, nem vou crucificar Kieszek, que cometeu um erro e pagou caro, mas não posso deixar de colocar a seguinte questão: faz sentido não apostar num jovem da formação, para ter alguém como Sereno, que comete tantos e tantos erros e em todos os jogos que é utilizado?
Ah, se houve jogadores que não mereciam ter perdido, esses jogadores foram J.Moutinho e F.Guarín, que jogaram muito!

Ainda outro ah, com Álvaro Pereira operado e sem tempo previsto para voltar, temos que ir ao mercado... Esta notícia custou-me mais que a derrota no jogo de hoje.

Muito bonita ahomenagem a Pôncio Monteiro, pena que agora em vez do silêncio, para no fim se baterem palmas, se batam palmas quando devia haver silêncio.

Um abraço

Gaspar Lança disse...

Não foi, de facto, o melhor jogo da época, mas a vitória seria, também, um resultado justo.
Apesar de tudo dominámos a maior parte do jogo mas... O Nacional deu a volta. Com alguma sorte à mistura, mas venceram...

Um abraço

Anónimo disse...

realmente nós nao sabemos ver nada de futebol, O futebol é feito de erros e de enganos e esses têm de ser colocados como forma de se sair mais forte destes confrontos, e o que vejo na minha equipe(adeptos) é uma falta de cultura futebolistica e uma falta de tudo, são estes comentários que mancham a honradez do F.C.P.

Perdemos um jogo na taça da liga e depois? Nós jogamos bem, os azares que kiezec teve acontece em alta competiçao, para que crucificarem? se lhe derem regularidade exibicional entao sim critiquem ou nao sabem isso? Não sabem ver futebol? se nao sabem nao cometem. Quanto ao Sereno é exactamente o mesmo, se um jogador faz um jogo e para 5 e volta a jogar um e para 5 e assim sucessivamente, haverá alturas do jogo em que os niveis de concentraçao baixam, proprios da ausencia de regularidade de jogos efectuados. Será que os meus ignorantes nao viram que o Sereno estava a ganhar as bolas altas e a "varrer" a zona defensiva do Porto? ou também nao viram e além de serem incultos futebolisticamente também sao cegos??

A blogosfera tem disto infelizmente, recomendo a quem realmente é portista que da proxima vez que comentar saiba daquilo que fala,

cumprimentos,

Ricardo, Carvalhos

Dragus Invictus disse...

Bom dia Ricardo,

Nós adeptos avaliamos com o "coração" e pelo pouco que percebemos de táctica e jogo. E muitos dos comentários e posts colocados nos blogues portistas são ainda a "quente".
Ninguém aqui neste blogue crucificou o Pawel pelo erro, ou o Sereno por ter tido uma exibição menos conseguida.
Aliás o Ricardo Jorge fez um leitura correcta do que aconteceu em campo salientando que "E hoje, o FC Porto atacou o suficiente para ganhar o jogo, mas deitou tudo a perder nos inúmeros erros no sector defensivo."
Ou seja, embora o erro do Pawel seja individual, ele não imputou a culpa da derrota ao Pawel.
Aliás se virmos o lance que dá o dito "roberto", tudo começa numa troca de bola na nossa defensiva pouco recomendável que culmina com um lançamento de linha lateral e cruzamento em que o nacional obtém o empate após Pawel largar a bola.
E tens toda a razão que a consistência futebolística se ganha com minutos jogados e não a espaços de tempo, ou em poucos minutos em cada jogo.
Recordo aqui algo que assisti no primeiro jogo de estreia de Jardel, na primeira época de Oliveira a treinador.
Estavamos a perder na 1ª. jornada em casa por dois a zero com o Setubal. O Domingos era o nosso único avançado no 4*3*3, e Oliveira nos últimos minutos colocou Jardel em campo ... bem eu estava na bancada e os comentários eram "este gajo nem sabe correr", "tem os braços desengonçados e maiores que as pernas", "ui que lento", "que porcaria de jogador que contratamos" etc. Acabamos por empatar esse jogo sem nenhum golo de Jardel. Mas Jardel nessa e nas épocas seguintes tornou-se no goleador fantástico que todos nós sabemos.
Mais recentemente, tivemos os casos de Pepe, Meireles, Quaresma, Paulo Assunção e Bruno Alves, que eram assobiados mal entravam em campo.
Mas Ricardo o futebol é isto, todos temos em nós um "treinador de bancada" e por vezes somos injustos e impacientes. O Tribunal das Antas mudou-se para o Dragão;)

Abraço e volta sempre

Paulo