sábado, 16 de julho de 2011

Preparação nos limites…

Ao terceiro jogo de preparação o FC Porto não conseguiu manter a onda de vitórias e de golos marcados, aliás há muito tempo que o FC Porto não terminava um jogo sem marcar qualquer golo.

Mesmo sendo um jogo de inicio de preparação e mesmo com a subtracção de menos 1 jogador aos 25 minutos da primeira parte, o FC Porto foi sem dúvida a equipa mais organizada, mais perigosa e com mais qualidade durante os 90 minutos, face a um adversário com mais qualidade e experiência do que os anteriores, ou não fosse uma equipa da primeira liga Alemã.

Vítor Pereira convocou 23 jogadores para este jogo, tendo apenas ficado de fora Beto e os lesionados Rafa e Belluschi.

Sem grande relevância ou possíveis interpretações Victor Pereira escolheu para iniciar a partida na baliza Helton, na defesa, o quarteto Sapunaru, David, Rolando e Maicon, no meio campo, Souza, Moutinho e Ruben Micael, e no ataque, Hulk, Walter e Varela.

Inicialmente o FC Porto apresentou no meio campo a principal alteração táctica, com João Moutinho mais avançado do que Ruben Micael e Souza. Com o decorrer do jogo, Moutinho trocou com Ruben Micael ficando sempre Souza numa posição mais defensiva, dando aqui a entender que este ano o meio campo do FC Porto será tacticamente diferente, com o triangulo invertido.

Mas o esquema táctico mudou passado os primeiros 25 minutos com a expulsão ridícula de Hulk, num gesto muito rigoroso do árbitro que antes e depois desse lance foi permissivo em outras entradas. Antes o FC Porto já tinha criado 3 oportunidades com algum perigo, primeiro por Varela, numa boa posição, que rematou muito mal e por Hulk, primeiro a penetrar na área e a falhar o chapéu e depois num remate perigoso que Walter acabou por não aproveitar face à lentidão de movimentos que apresentou em todo o jogo.

Depois deste momento o FC Porto foi obrigado a alterar o seu esquema de jogo, com Walter e Varela mais na frente e no centro. O jogo perdeu qualidade até ao final, quer da parte do FC Porto quer do adversário.

Na segunda parte, ainda assim, e com menos 1 unidade, o FC Porto criou as únicas e dignas oportunidades de golo, mesmo perante um acréscimo de qualidade e velocidade do adversário. Primeiro foi Varela que aproveitou um ressalto para se isolar mas mais uma vez rematou fraco permitindo a defesa do guarda-redes. Depois foi a vez de Kléber que surgiu isolado do lado esquerdo e tal como Varela rematou fraco e mal colocado permitindo mais uma vez a defesa do Guarda-redes.

Num jogo em que o FC Porto ia ser confrontado com o mais duro teste até então, acabou por ser um jogo que não deu para tirar muitas conclusões nem tão pouco interiorizar a nova forma do meio campo jogar. Acabou por ser um jogo que teve como teste principal a organização defensiva e a capacidade de explorar o contra-ataque, situação que não deverá ocorrer com frequência durante a época que aí vem.
O terreno de jogo e sobretudo as condições atmosféricas, adversas para a altura do ano, também não ajudaram a que o jogo tivesse maior qualidade técnica e provavelmente mais velocidade e golos.

Mas existem muitos pontos positivos a destacar do lado do FC Porto. A condição física de alguns dos jogadores, apresentaram-se em muito bom plano e a organização táctica que não se desmoronou após a expulsão e antes da mesma, já controlava o jogo e criava algumas boas oportunidades de golo.

Análise Individual:

Helton (3) – Não efectuou qualquer defesa na primeira parte. Muito tranquilo nas saídas da baliza como é seu hábito. Foi substituído ao intervalo por Bracali.
Sapunaru (3)– Pouco activo a apoiar o ataque sobretudo com Hulk em campo. Defensivamente não teve muito trabalho, mas foi pelo lado direito que o adversário conseguiu atacar mais vezes. Na segunda parte, no tempo que esteve em campo, ainda teve mais ausente do ataque. Foi substituído por Sereno.
Rolando (3)– Pouco activo mas seguro. Ao contrário de Maicon destacou-se menos nas intervenções defensivas do que Maicon. Raramente saiu com a bola para o ataque, como fez muitas vezes na época passada. Foi o único jogador que jogou o tempo todo.
Maicon (4)– Muito activo nas antecipações. Aparenta estar em muita ao forma, rápido, seguro. A par com Moutinho o melhor em campo. Foi substituído no inicio da segunda parte por Otamendi.
David (2)- Praticamente não apoiou o ataque, mesmo quando ainda jogavam 11. Denota-se claramente que é uma adaptação. Procurou jogar de forma segura sem querer comprometer o seu lado defensivo. Foi substituído no inicio da segunda parte por Fucile.
Souza (3) – Muito activo e seguro defensivamente na primeira parte. Mais posicional que Moutinho e Ruben Micael, esteve bem defensivamente, recuperou várias bolas e apesar de aparentar pouca velocidade esteve bem no capítulo da antecipação e pressão. Foi substituído no inicio da segunda parte por Fernando.
Moutinho (4)– Nota-se já um nível diferente dos restantes companheiros. O melhor em campo na primeira parte e no jogo. Forte a recuperar bolas e a lançar o ataque da equipa. Um toque verdadeiro de classe em campo. Decaiu na segunda parte, sobretudo com o degradar das condições do relvado. Foi substituído na segunda parte por Djalma.
Ruben Micael (3) – Bom controlo de bola, seguro e bastante activo no inicio do jogo. Não tão preciso como Moutinho, esteve em plano aceitável apesar de ter qualidade para fazer muito mais, sobretudo nas acções ofensivas. Foi substituído no inicio da segunda parte por Castro.
Hulk (3) – Grande oportunidade de golo, boas arrancadas pela direita e pelo centro, a desequilibrar como é hábito do incrível. Aparenta estar já em grande forma. Fica marcado pelo lance caricato, depois de uma troca de palavras com o árbitro.
Walter (2) - Muito apagado, pouca velocidade, sem actividade no sector atacante à imagem da maior parte dos jogos da época passada. Com Hulk em campo não se posicionou bem, não procurou outros espaços. Sem Hulk, e com necessidade de correr mais ainda decaiu mais. Foi substituído ao intervalo por Kléber e infelizmente saiu lesionado deste jogo.
Varela (3)– Menos activo que Hulk, mas com algumas acções interessantes. Aparenta estar ainda muito longe da forma física normal para esta fase da época. Pouca velocidade e sem acções de desequilíbrio. Teve mais uma boa oportunidade no inicio da segunda parte mas não conseguiu marcar o golo. Foi substituído por Atsu.
Bracali (3) – Não teve qualquer intervenção de dificuldade, mas tal como a defesa na segunda parte passou por mais situações de alguma aflição, fruto da pressão do adversário.
Kléber (3)– Boa oportunidade para marcar, descaído pela esquerda mas não conseguiu enganar o guarda-redes. Ficou limitado pela ausência de jogadas de ataque, mas também não procurou sair da posição à procura de jogo. Alguma falta de movimentos.
Fucile (3)– Com menos tempo de treino, surgiu em aparente boa forma. Entrou e deu mais segurança do lado esquerdo da defesa tal como foi de todos os laterais o mais ofensivo. Claramente veio acrescentar qualidade e experiência à equipa.
Fernando (3) – Curiosidade para ver Fernando a jogar. Entrou forte sobretudo nas recuperações de bola. Numa das jogadas levou amarelo, por falta mais impetuosa. Mas parece o mesmo Fernando da época passada, agressivo e a denotar boa capacidade física para alguém que tem estado limitado nos aspectos físicos.
Castro (2)– Não esteve tão activo e agressivo como é habitual e é a sua marca pessoal. Passou discretamente ao lado do jogo, algo perdido pelo meio campo.
Otamendi (3)– Tranquilo e sem grandes lances a destacar pela positiva ou negativa. Manteve a organização defensiva que o FC Porto teve durante todo o jogo.
Atsu (2)– Muito irrequieto mas o terreno de jogo não é o indicado para ele. Não conseguiu desequilibrar perante adversários mais fortes o que denota a falta de experiência.
Sereno (2) – Algo irregular e inseguro a defender no pouco tempo em campo.
Djalma (2) - Entrou já perto do final tal como Sereno. Pouco tempo em campo, mas teve uma oportunidade de contra-ataque que conduziu bem entregando a Fernando que não finalizou bem.

Dragão Azul TV




Vítor Pereira acabou por não utilizar o guarda-redes Kadu, o defesa Addy e Kelvin. Terão certamente oportunidade já amanhã no último dia de estágio que coincidirá com o último jogo em terras alemãs frente aos amadores do Verl.

É certo que o plantel ainda não está fechado, mas as ausências de Guarin, Falcão, James e Alvaro Pereira claramente condicionam a qualidade de jogo do FC Porto nesta altura, pelo que depois da partida desta noite da selecção Colombiana, quer Guarin, quer Falcão irão regressar nos próximos dias ao Porto e reforçar com muita qualidade este plantel.

Amanhã termina o estágio mas os jogos de preparação irão continuar o que permitirá ao FC Porto melhorar a sua condição física e a qualidade de jogo. Os dados estão lançados para o sucesso.

Declarações:

Dante: «Pedi ao árbitro para não expulsar o Hulk»
Dante, brasileiro do Borussia Moenchengladbach, lamentou o desfecho do encontro amigável com o F.C. Porto. O defesa de 27 anos não ficou agradado com a expulsão de Hulk na primeira parte, considerando que esse facto condicionou o espectáculo.
«Foi uma pena, sinceramente. Acho que o árbitro podia ter sido mais consciente. Para nós também não foi bom, porque queríamos defrontar o F.C. Porto completo. Era um teste para nós. Aliás, o próprio Hulk estava a ser um teste para a nossa defesa, porque é um grande jogador».
O defesa canarinho, aliás, abordou o juíz do encontro logo após a decisão, tal como alguns companheiros de equipa: «Pedi ao árbitro para não expulsar o Hulk ou, no mínimo, permitir que outro jogador do Porto entrasse no seu lugar».


Força Porto.
Ricardo Jorge

4 comentários:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem vimos até à expulsão de Hulk um FC Porto agressivo, pressionante e a criar situações de golo.

Após a expulsão de Hulk, que exagerou nos protestos apesar de ter alguma da sua razão, face às entradas que sofrera desde início da partida, o árbitro quis ser protagonista, e mesmo com a intervenção dos jogadores da equipa alemã a pedir a não expulsão, pois tal facto num jogo de preparação não interessa a ninguém, o juiz decidiu colocar Hulk cá fora.

A partir daí, aquele que seria um excelente teste para ambas as equipas, num terreno pesado, ficou desfeito.

O FC Porto limitou-se a gerir o jogo para não perder, criou ainda duas situações de golo iminente, e o Borussia tentou dentro das suas capacidades o golo, colocando de algum modo em teste a nossa defesa.

Destacaram-se Moutinho, pelo empenho e raça, Sapunaru, Maicon e Rolando. Varela e Ruben desapareceram após a expulsão de Hulk.

Mas o jogador que mais gostei, foi o jovem Castro. Este miúdo pela raça e empenho faz me lembrar Paulinho Santos ou João Pinto. Na segunda parte após a saída de Moutinho, era ele quem levava a equipa para a frente. Fez um passe rasgado a isolar Kleber na melhor oportunidade de golo da 2ª. parte.
Eu gosto de jogadores assim, e espero que ele fique. Sem desprimor para Souza, entre ele e o Souza, emprestava o brasileiro.

Penso que devíamos ter tido mais um jogo de treino na Alemanha antes do confronto com o Borussia.

Destaque ainda para a presença em massa dos nossos emigrantes (cerca de 2000), que num dia chuvoso, foram apoiar a equipa. Bem hajam!

Um abraço e bom domingo

Paulo

dragao vila pouca disse...

Frente ao B.Monchengladbach, uma equipa de grandes tradições no futebol alemão, da Bundesliga - 1ª divisão da Alemanha -, que embora não seja nada de especial, está mais rodada, já estavam reunidas as condições ideais para vermos um bom teste ao F.C.Porto e analisarmos como está a evoluir o conjunto de Vítor Pereira. E assim começou por ser, até que, aos 24 minutos, Hulk e o árbitro, resolveram embirrar um com o outro e o juíz alemão, num excesso de rigor, expulsou aquele que estava a ser o melhor e mais perigoso jogador do F.C.Porto. Se até aí o domínio do Campeão Nacional tinha sido claro, fruto de boa posse, uma pressão interessante, mesmo que num ritmo não muito alto, a partir da expulsão do Incrível o domínio portista esbateu-se e foi perdendo qualidade. Com mais um, na segunda-parte, o Borussia melhorou, o jogo passou a ser mais equilibrado e a equipa portista, fruto também do desgaste físico, próprio de início de época, sentiu mais dificuldades e mesmo tendo duas boas oportunidades, o resultado aceita-se.
Tudo somado, foi um bom teste, embora a expulsão de Hulk tenha complicado e obrigado e um maior esforço, atenuado com as muitas substituições realizadas. É um Porto muito semelhante ao da época passada, o que é muito bom sinal.

Notas finais:
Hulk, independentemente do excesso de rigor do árbitro, tem de aprendender a controlar-se. Num jogo a sério, deixava a equipa com menos um e isso podia ter consequências graves. Tem de perceber e definitivamente, que quando o árbitro apita, não há mais nada a fazer, nem a dizer. Que lhe sirva de lição.
Dos novos, Bracalli, tirando uma pequena hesitação, não foi muito incomodado e fez o que tinbha a fazer: manter a baliza inviolável.
David, lateral-direito adaptado à esquerda, fez uma pimeira-parte certinha e na segunda estava a dar demasiado espaço e a comprometer. Fez bem Vítor Pereira em substituí-lo, até para o proteger.
Kléber, trabalha bem, mexe-se bem, tem bom jogo de cabeça, boa técnica, podia ter marcado, mas foi vítima de termos ficado a jogar com 10.
Embora tenham jogado menos, bons pormenores de Djalma - assistência pera Fernando que o "Polvo" desperdiçou - e C.Atsu, um jovem que, ou me engano muito, vai dar que falar. Tem um belo pé esquerdo, assume, joga bem dos dois lados...
Espero que a lesão do Walter não seja grave...

Uma palavara final para os cerca de 2 mil adeptos do F.C.Porto - diz a Lusa - que estiveram a ver o jogo e não se cansaram de apoiar.
Muitos parabéns, vocês são um exemplo, que só um cego não vê, do crescimento do F.C.Porto.

Um abraço

Ana Andrade disse...

Boas,
Os jogos de pré-época são próprios para afinar a máquina, e por isso mesmo são jogados num ritmo muito abaixo do que nós adeptos gostamos e o resultado é o menos importante. O ritmo foi baixo, mas não desgostei do que ontem foi feito, talvez se o FC Porto tivesse jogado o jogo todo com onze, a mostra seria bem diferente.
O senhor árbitro foi muito fraquinho, mas o Hulk também foi um anjinho na forma como reagiu ao primeiro amarelo.

Cumprimentos

Ana Andrade

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Dragaoatento disse...

Olá Amigos!
Fucile: claramente veio acrescentar qualidade e experiência à equipa. Concordo em absoluto.

Dragãoatento:Comentário final. Já gostei d’alguns aspectos do futebol da equipa do FC Porto, a qual , por exemplo: mostrou grande atitude, muito esforço e vontade de vencer, porem foi notória a preparação já mais avançada dos germânicos e ainda alguma inépcia por parte dos dragões na hora de finalizar: torna-se necessário mais convicção e espontaneidade na hora dos avançados azuis e brancos chutarem à baliza adversária.

FC Porto sempre!