domingo, 13 de novembro de 2011

Reflexão a mais e mudanças a menos…

Falta pouco mais de 1 mês para que os campeonatos parem para a pausa de inverno, tão acolhida em Portugal, provavelmente pelo desgaste que o Campeonato Português tem derivado do número de equipas na principal prova!

Curioso que o novo orçamento de estado prevê o aumento das horas laborais por forma a aumentar a produtividade e a força de trabalho. Os dirigentes do futebol bem que podia aproveitar esta medida para impor no futebol profissional em Portugal. Se os nossos internacionais Portugueses, que jogam sobretudo em Inglaterra e Espanha, não morrem por isso, o comum Português a jogar em Portugal também sobreviverá.

Isto não beneficia nem quem está bem nem quem está mal, pois é em competição que se resolve os problemas e que se dá o passo em frente e não em sede de treinos.

No caso do FC Porto, as várias paragens que já ocorreram nada trouxeram de novo, no que diz respeito à correcão das incorreções, à mudança da dinâmica da equipa ou mesmo à recuperação dos indices fisicos dos jogadores. É um facto!

Quero acreditar que as mudanças estão para breve, logo no início do novo ano que todos os Portistas querem que seja de muitas alegrias como foi 2011.

É certo que desde Setembro que o FC Porto não poderia fazer mudanças no plantel, sobretudo quando entrou em competição. No caso do treinador essa situação apenas se coloca caso a SAD entenda que continua a existir condições e que o problema está mesmo na composição do plantel.

Na minha opinião, o problema está no treinador e no plantel, definidos pela SAD. E é a SAD que deve encontrar as soluções, tal como tem feito e bem nos últimos 30 anos. O que é certo é que as reflexões continuam e as mudanças, mesmo a nível táctico e técnico continuam por surgir.

É praxe dizer que qualquer treinador se arrisca a ser campeão no FC Porto. É verdade, o passado tem demonstrado isso. Mas para isso é preciso que a estrutura esteja devidamente montada para o sucesso, tal como aconteceu com Villas Boas, Jesualdo Ferreira, José Mourinho, entre outros, e não, como aconteceu em 2004 com Luigi Del Neri, Vítor Fernandez, José Couceiro, ou mesmo Octávio Machado, entre outros. E não podemos dizer que são maus treinadores, até porque o passado deles também demonstra competência por onde passaram.

O que está mal afinal na estrutura? A resposta é: Um grupo de trabalho desequilibrado.

Atenção, não confundir um grupo de trabalho desequilibrado com jogadores sem qualidade. A qualidade existe, até porque, com excepção de Falcão, todos os restantes estão lá. Quando falo em desequilibro falo na estratégia do mercado de verão que infelizmente agora dá-me razão.

Desde o momento que o FC Porto caminhava a passos largos para a final da Liga Europa, com goleadas históricas consecutivas, todos sabíamos que quer Villas Boas, quer um conjunto de jogadores seriam alvos no verão. Quando iniciamos a pré-epoca com a saída de Villas Boas recente, o alerta deveria ter soado, pois iríamos passar por momentos delicados, quer para segurar os jogadores, quer para contratar outros de renome.

E penso que foi aqui que a SAD definiu mal as estratégias. Continuo sem perceber o “caso” Falcão, até porque tinha renovado recentemente. Ora se renovou só para dar mais dinheiro ao FC Porto na transferência, não faz sentido que nas semanas seguintes não se identificou um alvo para colmatar a saída de Falcão. É por esta incongruência que continuo a ser da opinião que Falcão “traiu” o FC Porto e que o FC Porto foi ingénuo ao ponto de aquando da renovação não ter assegurado pelo menos esta época a permanência do jogador no plantel.

Depois foram as inúmeras contratações, de jovens valores é certo, numa clara antecipação a eventuais saídas, que até ao último dia não surgiram e que condicionaram o principal reforço necessário que a equipa necessitava – Um ponta de lança.

Existem mecanismos, que por acordo, permitem assegurar a permanência de jogadores no plantel. Não basta as clausulas de rescisão, é preciso enquadrá-las no tempo para serem accionadas e nos casos de renovação, que foram vários, não faz sentido acontecer novamente o que aconteceu com Falcão.

E este é sem duvida o principal desequilíbrio do plantel. Kléber foi contratado como aposta no futuro e não como jogador a substituir Falcão. Walter, que acredito que era dado como transferível, quando Falcão renovou, passou de transferível a titular na equipa!

E se é certo que o valor da venda de Falcão bateu recordes, também é certo que é incompreensível como se negociou com um empresário e clube que criaram os problemas que criaram e ainda por cima com passado semelhante, ter sido aceite um conjunto de prestações que condicionou e colocou o nome do FC Porto como mau pagador. É curioso, que o Atlético de Madrid, segundo conta o FC Porto, não pagou nos prazos, mas ninguém viu o seu nome na comunicação social. Estranho, muito estranho…

Tempo agora de pensar no futuro e deixar o passado de vez. E o futuro diz-nos que muitas coisas tem de mudar. O plantel tem de mudar, o treinador também tem de mudar, resta saber se muda com um plantel diferente ou mesmo com o actual. Nesta matéria a SAD é soberana, pois não acredito que não tenha já reunido com a equipa técnica no sentido de fazer algo para que o FC Porto saia desta onda negativa de más exibições e resultados péssimos, no que diz respeito sobretudo à Champions, prova que está praticamente hipotecada.

No caso do plantel e independentemente da mudança do treinador é imperativo reformular o sector atacante. Jogadores como Djalma, Cristian Rodriguez, Walter, Kléber e mesmo Varela precisam de uma solução. O FC Porto conta com 8 jogadores para as 3 posições do ataque e tem sido neste sector as principais lacunas, o que significa que não é por falta de quantidade.

Nesse sentido é importante reduzir o número de jogadores, talvez 2, e ao mesmo tempo reforçar a equipa com um avançado de qualidade. Bem sei que neste mercado, o facto de muitos bons jogadores não estarem elegíveis para as competições europeias, torna difícil a escolha do tal jogador que faça a diferença, mas no limite, e dado o momento actual que não podemos mais acolher maus investimentos, contrate-se um jogador de futuro e aposte-se definitivamente em Iturbe, que é de todos os avançados aquele que teve menos oportunidades de mostrar o seu valor.

Outro sector que tem qualidade em excesso é o defensivo, sobretudo nas laterais. Enquanto que na esquerda as coisas estão equilibradas, Alvaro é aposta a titular e Alex Sandro espreita oportunidades, pela qualidade que tem, já no sector direito, nem Fucile nem Sapunaru estão ao nível da época passada e com a chegada de Danilo, penso que faria sentido a saída de um deles permitindo ao FC Porto encaixar um valor interessante depois do avultado investimento no verão.

Adicionalmente o FC Porto deve continuar atento aos grandes valores que estão a surgir e olhar também para a sua formação. Actualmente o plantel do FC Porto contabiliza 26 jogadores, sendo que Rafa não está inscrito e não deverá jogar esta época. O número não é exagerado mas pode ser reduzido em 2 ou 3 jogadores, já contando com a entrada de um novo avançado de qualidade e com Danilo. Para compensar os tais 22 ou 23 jogadores no plantel existe a equipa de Juniores que este ano conta mais uma vez com jogadores de grande qualidade e que podem ser chamados à equipa principal: Tiago Ferreira, Enoch Andoh, Fabio Martins, Tozé, entre outros.

Em resumo entendo que a SAD deve ter uma intervenção cirúrgica e rápida neste mercado de inverno. Cirurgia no sentido de reforçar o essencial e reformular o plantel no que diz respeito a permanências, sendo certo que jogadores com influencia na equipa não poderão sair nesta altura sob pena de liquidarmos qualquer aspiração à conquista de mais títulos. Rápida, no sentido de no início de Janeiro a definição estar concluída e não esperar até final do mês de Janeiro para concretizar.

Até ás férias de Inverno, o FC Porto irá realizar mais 6 jogos. Metade dos jogos serão para a Liga, com Braga e Marítimo em casa e Beira Mar em Aveiro. Já nem vale a pena reforçar que são importantíssimos visto que os adversários directos vão se encontrar e será do ponto de vista anímico importante o FC Porto fechar o ano de 2011 em primeiro lugar, nem que seja com 1 ponto de avanço. Para além da Liga, o FC Porto tem a derradeira oportunidade na Champions, nos últimos dois jogos que faltam. É preciso duas vitórias, com números expressivos e ainda que não seja possível o apuramento para os oitavos da Champions convém referir que o apuramento para a Liga Europa é preciso ainda garantir. E será já no próximo fim de semana que o FC Porto terá mais uma eliminatória da Taça de Portugal, em Coimbra com a Académica, jogo que marca o regresso desta paragem e que se espera que a equipa mostre algo diferente tal como aconteceu no jogo para a Liga, precisamente contra a Académica, também em Coimbra.

Queremos o FC Porto no caminho das vitórias e sabemos que é possível, agora, a SAD tem de criar condições, a equipa técnica soluções e os jogadores jogarem à Porto. Quando isto acontecer, ninguém nos derrubará.

Força Porto.
Ricardo Jorge

1 comentário:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

É um facto que a saída de Falcao não foi devidamente colmatada pela contratação de um avançado à altura dos pergaminhos do clube.
Não fomos ágeis no mercado, e não conseguimos nem Love nem Damião que seriam os desejados.
Também terá estado em causa a falta de liquidez para a contratação de um ponta de lança. O Atlético começou a pagar Falcao tarde e a más horas.
Também deveríamos ter deixado sair alguns atletas, que a esta altura pelo seu descontentamento prejudicam o grupo e por último temos de voltar a apostar em malta da formação que encarne a mística do clube.
Vítor Pereira não tem conseguido estabilizar essencialmente a equipa no sector intermediário, que é o motor de qualquer equipa.
Não são salutares as constantes mudança no trio do miolo. Assim não se ganham rotinas.
Pinto da Costa continua a depositar confiança no treinador, o que leva a querer que o problema não residirá na competência. A seu tempo veremos e sim ou não.
A equipa teve uma quebra anímica desde o empate com o Benfica. Nota-se que queriam muito vencer e convencer diante dos vermelhos, e o resultado não foi o esperado pelo grupo. Depois a derrota na rússia diante do zenit atirou a equipa ao tapete.
Em janeiro irão haver mexidas para equilibrar o plantel, e até lá resta-nos apoiar a equipa e esperar que estabilizem do ponto de vista emocional.

Abraço

Paulo