quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Alergia à Europa!

Foram 8 jogos europeus, entre Champions e Liga Europa, dos quais resultaram em 4 derrotas, 2 empates e apenas 2 vitórias. Acabou assim em goleada a participação do FC Porto nas competições europeias esta época.

E se os resultados foram constrangedores as exibições não ficaram atrás. Este ano a equipa do FC Porto, depois da brilhante campanha na época passada, conseguiu reunir numa época europeia as más decisões na construção do plantel, a falta de estratégia táctica, as más exibições individuais daqueles que no ano passado foram super heróis, os inúmeros erros infantis jogo a jogo e a indisciplina, 4 vermelhos nas 3 competições em que participou.

Não me parece que tenha sido um desastre esta participação do FC Porto na Europa. Existe um denominador comum nas 3 provas. Esse denominador chama-se motivação e ambição. Não existiu nem uma coisa nem outra, apenas em Donetsk viu-se uma equipa com um objectivo a cumprir, teve sorte, mas fez por isso, os jogadores correram, lutaram e tiveram o fruto do empenho.

E se alguns pensavam que a Champions era uma prova forte, hoje, percebeu-se que tivemos 3 adversários na Champions que estão longe do nível deste Manchester City. Mas se nesse confronto ficámos em 3º lugar, em teoria, só poderíamos ser goleados por este Manchester.

Até ao 2º golo do Manchester, o FC Porto realizou um bom jogo, dominámos, tivemos mais bola, mas isto é ser superior? Será que o Manchester não fez mais porque não conseguiu ou não quis?

Claro que não quis. Se aos 19 segundos marcou o primeiro golo, quem era o treinador ou jogadores que iam passar o resto do jogo a correr feitos malucos e burros para marcar mais golos? Fizeram aquilo que o FC Porto fez em Setúbal, geriu o jogo!

O que vale dizer no final do jogo que o resultado é uma mentira? Vitórias morais? Não obrigado!

O FC Porto falhou no Dragão e voltou a falhar em Manchester. No Dragão fizemos um autogolo e na perda de uma bola sofremos o segundo. Em Manchester, na perda de uma bola sofremos o primeiro e o segundo. Os outros foi pela natureza dos acontecimentos…

E quando se junta a estes erros a incapacidade atacante, que no mercado de inverno apenas foi resolvida para provas nacionais, é de facto impossível fazer mais do que isto. Não existe uma referencia atacante, mas continuou-se a insistir no 4X3X3.

E se no caso do planeamento da época a responsável é a SAD e se no desenho táctico e falta de dinâmica é do treinador, convém ser justo e responsabilizar muitos jogadores, alguns até saíram agora em Janeiro, mas outros lá continuam.

De facto existem coisas que podiam ter sido corrigidas e trabalhadas, mas aos 19 segundos, a perder na eliminatória, oferecer-se um golo daquela maneira, não me parece que fosse táctica de jogo!

Ou mesmo no caso do jogo da Champions com o Zenit em que Fucile de forma infantil é expulso ainda na primeira parte e quando as coisas até corriam bem para a equipa?

Tal como em 2004, o corpo de muitos jogadores ficou no FC Porto mas a mente não. E isto não é culpa de um treinador que foi o escolhido por uma SAD para assumir a condução da equipa.

Vítor Pereira não tem capacidade para fazer melhor é um facto, mas os jogadores nada ajudam o treinador, bem pelo contrário. Ficará para sempre na memória, a substituição corajosa, alvo de aplausos em pleno Dragão, de Hulk num jogo para a Liga. Neste momento acreditei que as coisas poderiam mudar, mas não, Hulk lá pediu desculpa, e nunca mais foi substituído claramente por estar a jogar mal.

E será que não existiu mais nenhum jogo em que merecia sair? Claro que sim, hoje era um deles, mas Vítor Pereira acreditou até ao 2-0, tal como eu, que o incrível se transforma-se em Super Herói, mas ele não quis, não quer, está aí um jogo com o Brasil e aí sim, ele está motivado em marcar e jogar colectivamente.

E a falta de motivação é por ser Vítor Pereira? Claro que não, se Hulk hoje jogasse num Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Milão, etc… provavelmente até dispensaria ir à selecção como muitos internacionais pedem por vezes dispensa quando têm jogos importantes com os clubes.
Cada vez mais valorizo o Maicon, um jogador humilde, que passou de central a defesa direito por obrigação, ouviu muitos assobios, leu muitas criticas, e hoje é dos jogadores da defesa em melhor forma e com melhores prestações.

É de facto uma equipa de extremos. Na defesa assistimos a jogadores como Maicon e mesmo Alex Sandro a darem o melhor que podem, por outro lado, Rolando e Otamendi, mais experientes, internacionais numa péssima exibição. No meio campo, Fernando e Moutinho mais uma vez em grande nível, já Lucho, Vítor Pereira insiste em dar minutos e mais minutos seguidos a um jogador que já no Marselha não fazia 90 minutos após 90 minutos. No ataque, Varela surgiu no centro, na tentativa que Hulk fizesse melhor do que na primeira mão, mas nem um nem outro e James, que parecia que tinha amuado para a Liga, com a entrada de Lucho e Varela na equipa, as duas chamadas à Liga Europa a titular não foi suficiente para o motivar a recuperar o lugar na equipa.

A Europa acabou, importante agora não perder as únicas 2 competições que estão ao nosso alcance e que apenas dependemos de nós.



Para isso, é preciso que alguém tenha a coragem de escolher os melhores e dar oportunidades a quem ainda não as teve. O plantel vai ficar mais pequeno, com a saída de Cristian Rodriguez, outro caso de gestão brilhante da SAD, mais que certa o que abre mais perspectivas a um jovem de 18 anos poder ter a oportunidade de jogar futebol, mesmo fazendo algumas asneiras, pois os outros mais graudos também as fazem!

O FC Porto precisa de sangue novo na equipa. Existem jogadores que já estão saturados da camisola que vestem. Não rendem, nem acredito que vão render mais.

Tempo agora de recuperar Danilo, Mangala, apostar em Iturbe e não obrigar Lucho a fazer todos os 90 minutos, temos o Defour que é um bom jogador que pode e deve ir rodando na equipa.

No ataque, e com Janko a responder com golos à aposta que fizeram nele, há que introduzir outras opções. Hulk neste momento não ajuda a equipa, é egoísta, perde inúmeras bolas no ataque, não corre, não desequilibra, não pode ser titular sobretudo agora que é o capitão da equipa e quando é Moutinho, Fernando, Alvaro Pereira, Maicon, Lucho, Varela a darem o seu melhor pelo clube.

Uma questão de principio! Um líder não se impõe é reconhecido pelos colegas e não me parece que Hulk reuna condições para ser capitão do FC Porto.

Temos que ser exigentes. Esta é a característica que define o nosso clube, sempre foi assim com Pinto da Costa. Grandes jogadores provaram da disciplina e da exigência do nosso clube e continuámos a ganhar, na Europa e em Portugal. E vamos continuar a ganhar.

Por último entendo que a SAD do FC Porto, mais importante do que ir avançar com uma queixa à UEFA contra os adeptos do Manchester City deveria cortar de imediato qualquer tipo de relação institucional com este clube.
Antes do jogo do Dragão os habitantes do Porto foram apelidados de carteiristas, depois do Jogo, racistas. Como adepto, não posso ficar satisfeito de um dia o FC Porto voltar a receber pessoas deste clube na tribuna presidencial.

O Feirense é o próximo adversário e certamente os adeptos portistas voltarão a sorrir. E por falar em adeptos destacar o fantástico apoio dos adeptos até ao 2º golo do Manchester, foi bem audível via televisão, o apoio que deram à equipa.

Força Porto.
Ricardo Jorge

4 comentários:

Penta disse...

caríssimas(os),

não acredito que haja um só portista feliz, hoje.
é verdade que o resultado peca por excesso - três golos sofridos nos quinze minutos finais e com menos um jogador em campo durante os noventa (Varela desde o início e até à sua substituição; Rolando pela inusitada expulsão).
mas ainda não me convenci desta eliminação ante uma equipa que considero estar ao nosso alcance - e com todas as vedetas que enriquecem o seu plantel e as £ibras que por lá se jorram.

por último e não menos importante, o meu sentido muito obrigado! à fantástica e entusiástica massa adepta deste enorme clube que é o FC Porto e que se fez sentir durante todo o encontro.
vocês foram inexcedíveis, car@go!

somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)

Miguel | Tomo II

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Numa eliminatória, frente a uma equipa com potencialidades superiores, só uma réplica perfeita poderia alterar o rumo dos acontecimentos.

O FC Porto actual, demonstrou uma vez mais, não ter «estofo» para discutir a nível externo. Se não foi capaz de se qualificar na Champions, num Grupo em que era o favorito...

O jogo de Manchester mostrou uma equipa pouco solidária, que teve mais posse mas não a soube gerir. Caso para dizer muita parra e pouca uva.

Erros primários ditaram os números da eliminatória: 6-1! Humilhante.

Esta equipa é a imagem do seu treinador. Não consigo manter a confiança num elemento que tudo o que fez foi destruir o trabalho da época passada.

Não me conformo com domínio de jogo aparente. O FC Porto jogou o que o Manchester deixou. Este treinador não serve.

Um abraço

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Para ontem conseguir aquilo que só o coração fazia querer acreditar ser possível, teríamos de ser manhosos, inteligentes, concentrados, algo que nesta época tem faltado nos momentos decisivos.
Teria de existir uma má noite do City, nós termos a sorte do jogo e haver um árbitro imparcial.

Ora, aconteceu tudo ao contrário. Tivemos a infelicidade do jogo, cometemos mais uma vez, como tem sido apanágio na campanha europeia desta época, erros inadmissíveis.

Por tudo isto, apesar do domínio da posse de bola e de termos trocado bem a bola, fomos goleados, pois no pormenor se decidem estes confrontos. Foram duas eliminatórias com golos apontados mais por demérito nosso do que mérito do adversário.

O City apesar dos grandes valores individuais que possui, era uma equipa perfeitamente ao alcance de um Porto à Porto, como o da época passada, a titulo de exemplo.

Culpados? Todos, à cabeça a SAD, equipa técnica, jogadores (alguns pela atitude), no fundo o planeamento da época.

Resta-nos o campeonato, e teremos de ser competentes para o vencer, pois o adversário vai no andor.

Também digo, se o FC Porto vencer o campeonato esta época ... bem o VP será por certo alvo de estudo dos académicos do futebol!

Abraço e boa semana

Paulo

dragao vila pouca disse...

A tarefa não era fácil pelas razões conhecidas e que não adianta repetir. Os mais realistas, sem passarem um discurso pessimista, acreditavam mais pelo coração que pela razão. Os mais optimistas, os que nestas questões só agem com o coração e paixão, esses, nem lhes passava pela cabeça serem eliminados. Tiveram razão, infelizmente, os mais realistas, aqueles que atendendo ao poderio do adversário, local do jogo e resultado da 1ª mão, embora o coração seja muito teimoso, a razão mandava-os serem sensatos.
Foi uma eliminação natural. O City é melhor e passou porque foi melhor. Só um grande Porto teria hipóteses de seguir em frente. Um Porto perfeito, tentando aproveitar todas as ocasiões e não oferecendo nada aos líderes do campeonato inglês. Ora, não foi o que aconteceu. O Campeão português no Dragão só durou 45 minutos e em Manchester, ainda nem 30 segundos tinham passado e já os portistas tinham dado mais uma abébia e permitido aos ingleses ganharem vantagem. Otamendi errou um passe - continuo a dizer que o argentino a passar é um desastre...- e Aguero não perdoou. A vencer e com dois golos de vantagem o City fez o jogo que lhe convinha: deu a bola, recuou e procurou jogar no contra-ataque, controlou. Foi assim, mesmo com o F.C.Porto a equilibrar, tendo até algum domínio e mais posse, arriscando mais, que o genro de Maradona podia ter aumentado a vantagem em uma ou outra ocasião. Os Dragões também tiveram chances, é verdade, mas não tantas como as da equipa de R.Mancini.
Ao intervalo: pela qualidade de jogo, resultado injusto; pelas oportunidades, justo; mas, mais uma vez, um erro grosseiro a fazer a diferença.

Na segunda-parte, viemos bem, dominamos, pressionamos, obrigamos os ingleses a defenderem com todos, excepto Aguero, mas tal como nos primeiros 45 minutos, os contra-ataques dos azuis de Manchester, eram sempre perigosos.
Com o 2-0 e a expulsão de Rolando, a equipa perdeu as ilusões, desconcentrou-se, desorganizou-se, perdeu tudo e o resultado foi-se avolumando para números que dão uma ideia de facilidades que só aconteceram depois do segundo golo dos pupilos de R.Mancini. É um resultado claramente exagerado, que deixa uma imagem negativa, imagem que até aos 76 minutos, onde a exibição portista foi agradável, não fazia prever um final tão penoso do Campeão português.
Agora, é levantar a cabeça, recuperar a alma, olhar em frente e apostar tudo no campeonato, principal objectivo da época.

Notas finais:
Uma palavra para os muitos adeptos do F.C.Porto que estiveram em Manchester:
- vocês ganharam o jogo.
Não foi pelo árbitro, mas a arbitragem do alemão foi sempre contra a equipa portuguesa.

Abraço