segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Três toques de classe…

Com três vitórias nos três jogos do seu grupo o FC Porto apurou-se para as meias finais da Taça da Liga, onde já se sabe que defrontará o rival de Lisboa que hoje apurou-se com muita facilidade, tanta facilidade que até deu para rodar a equipa!

Será uma dupla jornada de clássico no mês de Março em Lisboa. Curiosamente, na época passada, assim aconteceu mas no mês de Abril, com o FC Porto a conquistar 2 vitórias.

Quanto ao jogo de hoje, era previsível que os reforços entrassem no onze inicial e assim aconteceu. E rapidamente os adeptos começaram a ver um conjunto de jogadas de grande recorte técnico e táctico e uma tendência clara de servir Janko na zona central.

O esquema táctico não mudou, até porque com Kléber e Walter era essa a estratégia, mas dada a improdutividade dos avançados, o esquema muitas vezes tornava-se mais de 3 avançados à procura do golo do que propriamente um jogo colectivo de ataque.

E se a referência na área foi neste jogo óbvia, já no meio campo foi possível observar um entendimento quase perfeito nos 3 homens do meio campo. Qualidade já sabíamos que Lucho tinha, a surpresa foi mesmo o entendimento quase perfeito com João Moutinho e Fernando, até parecia que estava no plantel desde o ínicio da época. E mesmo com a saída de Fernando e a entrada de Defour, o entendimento manteve-se, ainda que já se notasse algum desgaste físico do El Comandante.

Mas não foi apenas no meio campo e no ataque que se notou referências e qualidade. Com a chamada de Danilo para o lado direito da defesa, o FC Porto ganhou quase a mesma profundidade de ataque que tem quando Alvaro Pereira joga. Finalmente foi possível conciliar capacidade defensiva com capacidade atacante.

Três toques de classe adicionais à equipa.

Chegaram tarde, mas chegaram, mas a questão que está na mente de todos os Portistas é se ainda chegaram a tempo…

Esta noite foi possível observar que o FC Porto tem agora opções para os sectores que estavam claramente mais debilitados. As estreias não podiam ter corrido melhor. Com Lucho completamente enquadrado no sector mais importante da equipa, com Janko a mostrar presença na área e Danilo a dar uma profundidade à lateral direita, o FC Porto realizou uma exibição de qualidade, ainda com intensidade média, mas um jogo seguro a todos os níveis, face às várias alteraçoes no onze que surgiram.

O adversário não causou grande perigo mas obrigou o FC Porto a criar espaços para atacar e a realizar algumas jogadas de grande qualidade do colectivo.

E se no primeiro golo o ressalto de um cruzamento foi parar aos pés de Lucho Gonzalez que rematou de primeira com uma colocação perfeita, já no segundo golo, a jogada foi perfeita e de grande qualidade técnica, com a bola a passar por vários jogadores e com Janko a finalizar depois de um passe rasgado para James que por sua vez colocou a bola de forma perfeita para Janko, com um pequeno toque de classe a fazer a diferença de tantos outros lances que no passado os avançados do FC Porto não conseguiram.

Já na primeira parte, Janko tinha por duas situações tentado o golo, com bons remates, o primeiro com o pé esquerdo, o segundo de cabeça, surgindo em boas desmarcações na área e na segunda parte ainda teve tempo para permitir ao guarda redes adversário a defesa da noite.

Ainda assim foi um jogo que não houve muitas oportunidades de golo. O Vitória de Setúbal esteve forte nos flancos e não permitiu muito jogo do FC Porto pelas laterais. Aqui terá que existir mais trabalho semanal, pois os adversários sabem agora que este será o jogo predilecto da equipa do FC Porto num futuro próximo. Mas também é verdade que falta aqui uma variável que desequilibrará jogos mais complicados que é Hulk, que irá regressar à equipa para a posição onde gosta de jogar, aberto nas alas.



Para além dos destaques dos novos reforços há que destacar Maicon e Moutinho, que estiveram num nível muito bom. Maicon voltou à sua posição natural e esteve praticamente intransponível e Moutinho esteve a um nível ainda mais elevado, tabelando muitas vezes com Lucho e criando a imagem de um meio campo perfeito.

Destaque ainda para as boas exibições e seguras de Mangala e Alex Sandro e também Defour que entrou na primeira parte para o lugar do lesionado Fernando e que cumpriu muito bem a posição mais defensiva do meio campo, tendo inclusive subido no terreno para algumas jogadas ofensivas. Mais uma solução de qualidade para o meio campo.

A ideia de não convocar Rolando e Otamendi para este jogo foi para dar rotinas à dupla Maicon e Mangala para o próximo jogo da Liga, contudo, foi um pouco arriscado devido a possíveis lesões e/ou castigos, mas felizmente correu bem, ganharam rotinas e estarão a 100% para o próximo jogo.

Quanto a Iturbe, e depois de uma semana atribulada de desabafos não teve a merecida oportunidade, fruto sobretudo da lesão de Fernando e do desgaste de Alex Sandro que obrigou Vítor Pereira a optar pela segurança da estrutura da equipa. Aqui fica um senão deste mercado de Inverno, com o FC Porto a manter no plantel 8 avançados. Teria sido provavelmente mais acertado o empréstimo de Iturbe, que para o mercado europeu já não é possível, mas o mercado Argentino ainda é. Com a chegada de Janko, as portas ficam ainda mais fechadas dado que Hulk será agora opção para as alas.

Ultima nota para a equipa de arbitragem, que mais uma vez não assinalou 2 penaltis para o FC Porto ainda na primeira parte, em lances semelhantes aquele que Otamendi teve no ultimo jogo para a Liga. Trata-se do segundo jogo consecutivo que não marcam 2 penaltis ao FC Porto com a diferença desta vez não ter tido influencia no jogo pela qualidade que o FC Porto colocou em campo.

E com este exemplo se percebe, que mesmo com erros de arbitragem, quando o FC Porto coloca qualidade de jogo em campo, dificilmente perde o jogo. É isto que a equipa tem de interiorizar e encarar todos os jogos com a mesma concentração e vontade de vencer. Se assim for ainda é bem possível chegar ao topo e conquistar o principal objectivo da época.

Quando é o próximo jogo?

Força Porto.
Ricardo Jorge

3 comentários:

dragao vila pouca disse...

Preços reduzidos e factor Lucho, principalmente, levaram a que o Dragão tivesse uma boa moldura humana, 27.303 espectadores, apesar da noite fria e a ameaçar chuva. Muita gente nova - à minha volta era um mar de ilustres desconhecidos ...-, que aproveitou a oportunidade de ver o F.C.Porto ao vivo, gente que não deve ter dado por mal empregue o tempo perdido. Com oito novos jogadores em relação ao jogo de Barcelos, só mantiveram a titularidade, Maicon, Moutinho e Varela, o F.C.Porto apresentou-se em 4x2x1x3, com os reforços de Inverno, Danilo que já tinha jogado, mais Lucho e Janko, a que se juntaram os menos utilizados, Bracali, Alex Sandro, Mangala e para completar o onze, o regressado Fernando e o inconstante C.Rodríguez. Entrando a jogar muito bem e assentando o seu futebol num meio-campo em triângulo, com Fernando e Moutinho na base e Lucho no vértice mais adiantado, mas percorrendo toda a largura do campo, equipa portista teve momentos, em particular na primeira meia-hora, de muito boa qualidade.
Com um futebol tricotado, de pé para pé - Lucho e Moutinho parece que sempre jogaram juntos... -, o conjunto de Vítor Pereira, dominou, teve algumas bonitas jogadas e como corolário desse futebol que estava a agradar à plateia, chegou à justa vantagem num belo golo de El Comandante. Durante esse período, apesar de Varela e Rodríguez raramente conseguirem chegar à linha de fundo para cruzar, Janko, sempre que foi servido em condições razoáveis, mostrou serviço e só não marcou porque a bola, por duas vezes, caprichosamente, encontrou um corpo de um defesa setubalense quando ia para golo. Se a primeira meia-hora foi, repito, de boa qualidade, os últimos 15 minutos, nem tanto assim. Sem perder o controlo e sem nunca estar em perigo, salvo num lance de bola parada que Ney levou a bola a bater na parte superior da barra - mais um vez a defesa portista fica à espera, não ataca a bola e foi surpreendida. Vá lá, ao contrário de Barcelos, não deu golo -, a qualidade baixou, a equipa não foi tão consistente, desorganizou-se um bocado, também porque saiu Fernando e Defour que entrou, andou algum tempo a apalpar terreno.

A segunda-parte e os primeiros 15 minutos, foram muito semelhantes aos últimos 15 da primeira e portanto, nada a acrescentar. Mas com a entrada em simultâneo de Alvaro Pereira e James, para os lugares de Alex Sandro e Cebola, o F.C.Porto voltou a acelerar, a tomar conta do jogo, voltou o futebol bonito, belas jogadas, vistosas triangulações, marcamos um golo, por Janko - à ponta-de-lança - e merecíamos, pela qualidade, domínio e oportunidades, ter marcado mais um ou dois.

Resumindo, foi um belo Porto e embora o grau de dificuldade não tenha sido muito elevado, deu para ver que com Lucho a equipa cresce. Não perde tantas bolas, tem mais posse, ganha alguém que sabe aparecer para finalizar, maturidade, um líder dentro do campo. Esperemos que, definitivamente, o mau tempo não volte. Há muita qualidade neste plantel do F.C.Porto. Ainda iremos a tempo? Não sei, mas uma coisa é certa, temos de fazer a nossa obrigação, ganhar os jogos e no fim fazem-se as contas.

Abraço

Unknown disse...

ontem houve momentos em que estive mesmo entusiasmada, como nunca estive antes nesta época... tão bom ver de novo um Porto de Lucho...:)

Dragus Invictus disse...

Boa tarde,

Ontem sem assistirmos a uma exibição do outro mundo, tivemos um FC Porto sério, que encarou o jogo com a atitude que não tinha tido no jogo anterior.
Fomos um justos vencedores.

De salientar o melhor jogo produzido pelo nosso meio campo. Menos toques na bola para construção.
Lucho é um elemento valioso na temporização do jogo.
Bom jogo de Danilo.
Janko muito inteligente nas movimentações, fez um excelente golo. Este austríaco não é um fora de série, mas trata-se de um ponta de lança com escola, que sabe ocupar a posição. Irá ser muito útil até final de época.

Agora segue-se o Benfica, e acredito que vamos vencer.

Abraço e boa semana

Paulo