domingo, 25 de novembro de 2012

"A sorte de ter talento não basta, é preciso, também, ter talento para a sorte."

Hector Berlioz, compositor francês, no século XIX disse "A sorte de ter talento não basta, é preciso, também, ter talento para a sorte", e foi o talento de El Bandido que definiu a sorte que nos levou à vitória na Batalha da Pedreira.

À partida para este desafio, adivinhavam-se dificuldades, o adversário é de qualidade evidente, tem excelentes executantes, e tratava-se portanto do primeiro grande desafio na Liga para a nossa equipa.

O adversário vinha de uma derrota europeia pesada, da humilhação de não ter conseguido o apuramento para os oitavos da champions num grupo acessível, e por conseguinte iria querer dar uma resposta positiva aos seus adeptos, que passava naturalmente por tentar levar de vencida o campeão nacional.

O FC Porto por sua vez é uma equipa confiante, que joga com alegria e que iria querer manter a fasquia de qualidade dos últimos desafios.
Com a vitória dos encarnados ontem, o FC Porto entrava na Pedreira com a intenção de vencer e reocupar o lugar que é seu por mérito.

Vítor Pereira apostou nos regressos de Alex Sandro e Fernando, relegando Abdoulaye e Defour para o banco, e colocou Mangala no centro da defesa ao lado de Otamendi.

O FC Porto entrou bem no jogo, com pressão alta, e rapidez nas trocas de bola, encostou o Braga às cordas por 20 minutos, e podia mesmo aos quatro minutos ter aberto o marcador por duas ocasiões que tiveram o mesmo protagonista, Otamendi, que num canto desviou de cabeça para o poste e logo depois após passe fantástico de El Comandante, isolado pela meia direita remata desastrado para fora.

Os primeiros vinte minutos foram assim marcados pelo domínio do FC Porto, com muita posse e com o Braga a tentar sair mas sem sucesso.

Mas a partir dos vinte minutos, o Braga conseguir achar o antídoto para o equilíbrio do jogo. Subiu as linhas, acertou nas marcações no miolo, e o jogo ficou repartido, numa toada de bola lá bola cá.

Ao minuto vinte e três, os arsenalistas numa jogada perigosa pela direita reclamam penalti por mão de Alex Sandro após cruzamento de Alan, o que na minha modesta opinião, apesar da bola ter batido no braço, não é penalti, pois o cruzamento é muito em cima, e o defesa portista tem o movimento típico para tentar opor-se ao cruzamento, e não se configura  portanto intenção de cortar a bola com a mão.

O Braga empolga-se e surge o seu melhor período no jogo, em resposta ao período inicial forte do FC Porto.

Nesta fase de pressão arsenalista, Helton faz duas excelentes defesas, uma a remate de Mossoró, e outra numa tentativa de canto directo de Hugo Viana, que obriga o guardião portista a voar e impedir a bola de entrar na baliza.

O jogo parte para intervalo após uma falta dura de Alan sobre Varela, que não é punida com cartão amarelo, e o mais ridículo, Xistra depois das equipas se posicionarem para a cobrança da falta, apita e manda recolher aos balneários.
Foi assim uma primeira parte repartida, com o resultado a ajustar-se ao futebol produzido.
Uma primeira parte de muita luta e jogo de parada e resposta, com o FC Porto a ter mais posse de bola, e o Braga a privilegiar mais o contra-ataque.
As defesas levaram vantagem sobre os ataques.


A segunda parte trouxe mais do mesmo, muito equilíbrio e luta, sem que os ataques conseguissem produzir oportunidades de golo “cantado”.

Realce para um cabeceamento perigoso de Jackson após canto, e para dois remates de Éder entre o minuto 86 e 88.

O resultado parecia predestinado para o empate e repartição de pontos, mas eis que em cima do minuto noventa, a sorte sorriu ao audaz El Bandido, que num fantástico remate a bola ganha altura, passa por cima de Beto, vai à barra e entra!

Golaço de El Bandido, e muita alegria nos festejos entre jogadores e adeptos na bancada.

Bola ao centro e o 0-2 surge por Jackson Martínez. Uma bomba!
Salino perde a bola para o colombiano, que de pé esquerdo à entrada da área fuzila Beto.

Apito final e vitória sofrida do FC Porto, e rude castigo para o Braga.



Realces individuais para Helton, que transmitiu segurança à defensiva, Otamendi que fez mais um excelente jogo e que com Mangala foram uns esteios na defesa, para James, o homem do jogo, que apontou o golo que nos abriu o caminho para a vitória, e por último para Jackson que apontou mais um fantástico golo.

Muito apagados na partida de hoje Lucho e Moutinho, estando bem VP nas substituições.

De saudar os regressos de Fernando e Alex Sandro que estiveram bem na partida após pausa prolongada.

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Na sexta-feira, nova Batalha na Pedreira, desta vez para a Taça de Portugal.

Espera-se mais um jogo disputado e que poderá ser tal como o de hoje, definido por um momento de magia de um jogador.

Última nota para o fantástico apoio dos nossos adeptos à equipa.

Força Porto!
Boa semana.

Paulo

6 comentários:

P. Ungaro disse...

Boas Paulo,

Antes de mais reforçar as palavras de Vitor Pereira, a sorte dá muito trabalho ...
Começamos com uma dupla falta de sorte nos primeiros 5 minutos por Otamendi, e uns primeiros 20 minutos de pleno dominio azul e branco. Depois o Braga equilibrou e pressionou, mas estivemos á altura em termos defensivos, no entanto ofensivamente faltava sempre qualquer coisa, até que Danilo insistiu deu para James e a "sorte" chegou ... 2 minutos volvidos, Jackson com "sorte" ganha a bola e remata á ponta de lança e faz um golaço. Ja merecia por todo o trabalho que fez durante o jogo.

Resumindo e concluindo realmente a sorte dá muito trabalho.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt

dragao vila pouca disse...

Por aquilo que fui ouvindo e lendo, parecia que o campeonato acabava hoje e se o F.C.Porto não ganhasse perdia o título. Enfim, sempre a mesma história, sempre o mesmo facciosismo, sempre o mesmo anti-portismo. Vamos dando a resposta, no lugar onde tem de ser dada, isto é, dentro do campo.

Uma primeira-parte muito bem jogada por ambas as equipas, um espectáculo de qualidade, a que apenas faltaram os golos. Entrou muito forte, dominador, jogando muito bem e envolvendo numa teia de bom futebol, um Braga aturdido, o F.C.Porto podia ter-se adiantado no marcador logo nos minutos iniciais, primeiro com Jackson a cabecear ao poste e no lance imediato e Otamendi, sozinho, a falhar um golo claro, tudo isto ainda não tinham decorridos mais de 3 minutos. Durou cerca de pouco mais de um quarto de hora esse domínio azul e branco. A partir daí, o Braga que estava muito recuado, receoso, defendendo com todos atrás da linha do meio-campo, equilibrou, cresceu, começou a criar mais lances de ataque e foi mais perigoso. Apesar de ter mais bola, o bi-campeão perdeu chama, clarividência, ritmo, organização, deixou de ser dominador, perigoso e passou a ir lá apenas em jogadas de contra-ataque. E chegou-se ao descanso com um resultado justo, embora, tudo somado e tivermos em atenção as flagrantes oportunidades que o conjunto de Vítor Pereira teve no início do jogo, coisa que o Braga nunca teve, a haver vantagem teria de ser do F.C.Porto.

Se na primeira-etapa, houve uma equipa, o F.C.Porto, que durante um período de cerca de 15 minutos, foi muito melhor, na segunda, o jogo foi sempre equilibrado, com o F.C.Porto a ter mais bola, mas o Braga bem organizado, mais esclarecido e menos receosos, a sair muito bem para o contra-ataque e num ou outro lance, quase sempre por Éder, a criar algum perigo. Estava o jogo a caminhar para o fim e já depois de Vítor Pereira ter substituído, bem, um Varela a desaparecer, mas a tardar em refrescar o meio-campo - Defour devia ter entrado mais cedo - e quando já se pensava no empate, James tirou um coelho da cartola, adiantou o F.C.Porto no marcador, com Jackson a confirmar a vitória e dando uma vantagem de dois golos, pelo que foi o jogo, excessiva.

Notas finais:
Não fizemos um grande jogo, a equipa pareceu-me cansada, faltou gente na exibição portista - Moutinho, Lucho, Varela, Jackson e James, os dois últimos, apesar dos dois golos e João Moutinho, nunca jogaram ao nível que nos habituaram -, mas, tudo descaroçado, vitória muito difícil, mas indiscutível do F.C.Porto. Pelo que o Braga jogou, pela réplica que deu, talvez a diferença mínima fizesse mais justiça ao que foi o jogo. Que e repito, foi um belíssimo espectáculo.

Voltamos à cidade dos arcebispos já na próxima sexta-feira, agora para a Taça de Portugal. Acredito que com mais tempo para recuperar - os jogos da Champions, não matam, mas moem -, podemos fazer um jogo mais conseguido, prolongar por muito mais tempo, os 15 minutos, brilhantes!, do jogo de hoje.

Estava com algum receio em relação à falta de andamento de Alex Sandro e Fernando. Felizmente, não se notou e quer um quer outro, estiveram muito bem. Como muito bem estiveram Helton, Danilo, Otamendi e Mangala. Atsu e Defour entraram bem e Kléber não teve tempo para nada - entrou aos 87 minutos.

Curioso, mas sintomático, a frase que mais ouvi, no final do jogo, foi: F.C.Porto cola-se ao Benfica. Ninguém foi capaz de dizer, preto no branco, F.C.Porto ganha ao Braga e recupera a liderança.
O que faz a azia!
Ah e Peseiro, teve azar, ficou mesmo a 9 pontos!

Abraço

Penta disse...

caro Paulo, caríssimas(os),

na pedreira, onde habita o «salBaduôre», tiBemos mesmo aquela "pontinha de suórte" que o burgesso das madeixas tanto não queria que acontecesse.
com aquele ar de palonço que tanto lhe é característico (e comum a qualquer lampião), até se engasgou quando desejou que «bóm éra que perdêreçem os duois»...
esta noite, vai ter que digerir um mamute. e "inventar" o autocarro de dois andares para não ser muito humilhado em Barcelona. e pensar que o duelo da Segunda Circular é já na próxima jornada. a Vida não lhe sorri e a Sorte não quer mesmo nada com ele, 'tadinho.
(peço desculpa por concentrar a minha raiva na azia lampiónica do abstrôncio em causa, mas estava entaladinho :D)

somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Vitória suada e iluminada pela estrelinha dos campeões. Como disse e bem Vítor Pereira, em resposta ao bronco vermelho, a sorte dá muito trabalho.

Foi um teste qualitativo à liderança portista, num palco sempre difícil frente a uma equipa que valorizou e de que maneira a vitória portista.

Os campeões nacionais não conseguiram praticar o seu habitual futebol apoiado e fluído, muito por mérito do adversário, que conseguiu «apagar» alguns dos jogadores nucleares da equipa (Moutinho e James). Porém, ao contrário de Peseiro, Vítor Pereira, perto do fim do jogo, deu uma mensagem de inconformismo, quando tirou um médio (Lucho) e meteu um avançado (Kléber). A verdade é que a equipa parece ter percebido e nos últimos minutos da partida fez o resultado. Foi feliz, é verdade, mas fez por merecer.

A liderança continua a ser uma realidade ainda que presa apenas por 1 golo, o resto é folclore.

Um abraço

Ana Andrade disse...

Boas,
Não se esperava um jogo fácil, mas esperava-se um bom jogo ou no mínimo um jogo equilibrado, entre duas grandes equipas do nosso campeonato. E assim foi, não foi um jogo fácil, mas na minha opinião foi um bom jogo e equilibrado. E no final, registou-se mais uma importante vitória para o FC Porto. Vítor Pereira fez regressar à titularidade Alex Sandro e Fernando, algo que já era esperado e algo que merece destaque. Os dois colombianos do plantel marcaram os golos e com eles deram mais uma vitória ao dragão, mais três importantes pontos nas contas do campeonato. Ah, o FC Porto continua líder, é verdade que não está sozinho, mas é o dragão o líder. Há mais Sporting de Braga FC Porto na próxima Sexta, desta feita para a Taça de Portugal.

Cumprimentos

Ana Andrade

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Azulibranco disse...
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