sábado, 1 de dezembro de 2012

Ver a final por um canudo!



Tínhamos uma pedra enorme no trilho, que teríamos de mover para continuar o percurso rumo à final da Taça de Portugal, não conseguimos, e pela segunda época consecutiva, vemos a final por um canudo, desta vez não de Coimbra mas de Braga.

Na antevisão ao jogo tinha dito que a incógnita para o jogo de hoje era saber até que ponto VP estaria  disposto a arriscar, fazendo a gestão do plantel, um pouco à semelhança da eliminatória anterior, na qual venceu e convenceu na Madeira diante do Nacional. Todavia na minha opinião, a valia do Braga não permitiria grandes mexidas, sob pena de entregarmos o ouro ao bandido, e assim foi.

VP surpreende, arrisca e faz várias alterações no onze inicial.
Faz entrar Kléber para o eixo do ataque, com James e Atsu nas alas.
Contudo é no meio-campo que VP arrisca mais, ao retirar Lucho e Moutinho, entrando Castro e Defour para os seus lugares.

Penso que foi arriscar demais mexer desta forma no miolo, motor da nossa equipa, e que nas últimas partidas tem sido fundamental nas obtenções de vitórias, inclusive com golos de Lucho e Moutinho.

Quanto às demais alterações eram pacíficas pois mantinham-se peças chave dos respectivos sectores.

Já José Peseiro optou por uma abordagem mais conservadora, apostando praticamente na mesma equipa que jogou no domingo.

A esta hora estaria aqui com outro discurso se mantivéssemos a mesma concentração e atitude da primeira parte, que nos permitiu chegar ao intervalo a vencer justamente, e se Olarápio Benquerença não quisesse ser o protagonista de um jogo bem disputado, mas não violento, e que em vinte minutos amarelou Castro e Miguel Lopes, e expulsou Castro de forma ridícula.


À semelhança do jogo para o campeonato, entramos fortes, pressionantes, e foi com naturalidade que chegamos à vantagem por Mangala, que respondeu de cabeça a livre de James.

Dominamos os primeiros 20 minutos de jogo, e até ao intervalo foi um jogo repartido com oportunidades de golo repartidas. De salientar uma por intermédio de Ruben Amorim para o Braga e de Defour para o FC Porto.

Se até ao apito para intervalo já se denotava uma pressão maior do Braga, era de adivinhar que na segunda parte o Braga busca-se com afinco a reviravolta.

VP até mexeu para segurar, mas cometeu um erro crasso na saída de Fernando, um jogador que tal como os eucaliptos, seca tudo à sua volta, e que minutos antes de sair havia negado o golo a Mossoró numa fantástica antecipação.

Devia ter retirado Castro, pois adivinhava-se a expulsão. Castro disputa cada bola como se não houvesse amanhã, e foi expulso a 18 minutos do fim.

Moutinho demorou demasiado a entrar para equilibrar o miolo, e quando entrou já o Braga tinha igualado o marcador.
Dois minutos depois dá-se a reviravolta, e o Braga aponta o golo que lhe garantiu a passagem aos quartos-de-final.

Pela segunda parte, o Braga mereceu a passagem, pois foi uma equipa que acreditou sempre e buscou o resultado.




VP pode-se queixar de si próprio, pois não foi leste nas alterações e errou ao mexer em demasia no miolo.
De Olarápio podemos nos queixar de não saber gerir a amostragem de amarelos, e por azar nosso fomos penalizados, numa expulsão absolutamente ridícula de Castro.

Kléber é nitidamente uma carta fora do baralho. Um trapalhão de primeira ordem.
Perdemos nitidamente a oportunidade de no mercado ter libertado Kléber e ter apostado em Edér, a título de exemplo.

Mangala e Otamendi foram uns esteios na defensiva, e Fernando fantástico no miolo.

Fica a lição para o futuro. O nosso miolo tem de jogar sempre com Lucho ou Moutinho. São estes dois atletas que tem capacidade técnica e táctica para pensar e delinear o jogo.
A rotação deve ser feita, mas com astúcia.

VP assumiu a responsabilidade pela derrota. Repetimos a época passada e falhamos o objectivo da conquista da Taça de Portugal.

Bom fim-de-semana,
Paulo

1 comentário:

Azulibranco disse...

Cheguei a pensar que VP não iria inventar, mas inventou.
Cheguei a pensar que VP tivesse aprendido com os 0-3 da Académica, no ano passado, com a derrota de Jesualdo, quando treinador do Benfica quando perdeu 0-1 na Luz com o Gondomarense, que tivesse aprendido com as derrotas do Professor, já treinador do Porto, com o Atlético e com o Fátima.
Em Inglaterra e Espanha joga-se praticamente todas as semanas a meio da semana e no fim, mas no Porto tem que se poupar os jogadores, para na 4ª feira seguinte ir a Paris buscar não sei o quê.
Não poderia o jogo de ontem servir perfeitamente para que a equipa principal fizesse um ensaio geral para melhor enfrentar o PSG?
Mas não, não aprendeu, o que prova a minha tese: " Há pessoas em cuja cabeça a única coisa que entra é o chapéu, e VP nem isso usa.