Tínhamos uma pedra enorme no trilho, que teríamos de mover para continuar o percurso rumo à final da Taça de Portugal, não conseguimos, e pela segunda época consecutiva, vemos a final por um canudo, desta vez não de Coimbra mas de Braga.
Na
antevisão ao jogo tinha dito que a incógnita para o jogo de hoje era saber até
que ponto VP estaria disposto a arriscar, fazendo a gestão do plantel, um
pouco à semelhança da eliminatória anterior, na qual venceu e convenceu na
Madeira diante do Nacional. Todavia na minha opinião, a valia do Braga não
permitiria grandes mexidas, sob pena de entregarmos o ouro ao bandido, e assim
foi.
VP surpreende, arrisca e faz várias alterações no onze inicial.
Faz entrar Kléber para o eixo do ataque, com James e Atsu nas alas.
Faz entrar Kléber para o eixo do ataque, com James e Atsu nas alas.
Contudo é no meio-campo que VP arrisca mais, ao retirar
Lucho e Moutinho, entrando Castro e Defour para os seus lugares.
Penso que foi arriscar demais mexer desta forma no miolo,
motor da nossa equipa, e que nas últimas partidas tem sido fundamental nas
obtenções de vitórias, inclusive com golos de Lucho e Moutinho.
Quanto às demais alterações eram pacíficas pois mantinham-se peças chave dos respectivos sectores.
Já José Peseiro optou por uma abordagem mais conservadora,
apostando praticamente na mesma equipa que jogou no domingo.
A esta hora estaria aqui com outro discurso se mantivéssemos a mesma concentração e atitude da primeira parte, que nos permitiu chegar ao intervalo a vencer justamente, e se Olarápio Benquerença não quisesse ser o protagonista de um jogo bem disputado, mas não violento, e que em vinte minutos amarelou Castro e Miguel Lopes, e expulsou Castro de forma ridícula.
À semelhança do jogo para o campeonato, entramos fortes,
pressionantes, e foi com naturalidade que chegamos à vantagem por Mangala, que
respondeu de cabeça a livre de James.
Dominamos os primeiros 20 minutos de jogo, e até ao
intervalo foi um jogo repartido com oportunidades de golo repartidas. De
salientar uma por intermédio de Ruben Amorim para o Braga e de Defour para o FC
Porto.
Se até ao apito para intervalo já se denotava uma pressão
maior do Braga, era de adivinhar que na segunda parte o Braga busca-se com
afinco a reviravolta.
VP até mexeu para segurar, mas cometeu um erro crasso na
saída de Fernando, um jogador que tal como os eucaliptos, seca tudo à sua
volta, e que minutos antes de sair havia negado o golo a Mossoró numa
fantástica antecipação.
Devia ter retirado Castro, pois adivinhava-se a expulsão.
Castro disputa cada bola como se não houvesse amanhã, e foi expulso a 18 minutos
do fim.
Moutinho demorou demasiado a entrar para equilibrar o miolo,
e quando entrou já o Braga tinha igualado o marcador.
Dois minutos depois dá-se a reviravolta, e o Braga aponta o
golo que lhe garantiu a passagem aos quartos-de-final.
Pela segunda parte, o Braga mereceu a passagem, pois foi uma
equipa que acreditou sempre e buscou o resultado.
VP pode-se queixar de si próprio, pois não foi leste nas alterações e errou ao mexer em demasia no miolo.
De Olarápio podemos nos queixar de não saber gerir a
amostragem de amarelos, e por azar nosso fomos penalizados, numa expulsão absolutamente ridícula de Castro.
Kléber é nitidamente uma carta fora do baralho. Um trapalhão
de primeira ordem.
Perdemos nitidamente a oportunidade de no mercado ter
libertado Kléber e ter apostado em Edér, a título de exemplo.
Mangala e Otamendi foram uns esteios na defensiva, e
Fernando fantástico no miolo.
Fica a lição para o futuro. O nosso miolo tem de jogar
sempre com Lucho ou Moutinho. São estes dois atletas que tem capacidade técnica
e táctica para pensar e delinear o jogo.
A rotação deve ser feita, mas com astúcia.
VP assumiu a responsabilidade pela derrota. Repetimos a
época passada e falhamos o objectivo da conquista da Taça de Portugal.
Bom fim-de-semana,
Paulo
1 comentário:
Cheguei a pensar que VP não iria inventar, mas inventou.
Cheguei a pensar que VP tivesse aprendido com os 0-3 da Académica, no ano passado, com a derrota de Jesualdo, quando treinador do Benfica quando perdeu 0-1 na Luz com o Gondomarense, que tivesse aprendido com as derrotas do Professor, já treinador do Porto, com o Atlético e com o Fátima.
Em Inglaterra e Espanha joga-se praticamente todas as semanas a meio da semana e no fim, mas no Porto tem que se poupar os jogadores, para na 4ª feira seguinte ir a Paris buscar não sei o quê.
Não poderia o jogo de ontem servir perfeitamente para que a equipa principal fizesse um ensaio geral para melhor enfrentar o PSG?
Mas não, não aprendeu, o que prova a minha tese: " Há pessoas em cuja cabeça a única coisa que entra é o chapéu, e VP nem isso usa.
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