quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Superioridade comprovada, Liga Europa à vista...

 
O FC Porto deu esta noite um passo de gigante para garantir o acesso à fase de grupos da Liga Europa, depois de ter vencido no terreno do Racing Genk, por 3-0.

Globalmente, o FC Porto realizou uma exibição tranquila, em ritmo baixo, mas suficiente, para ter conseguido marcar 3 golos num só jogo, facto que só tinha conseguido melhor este ano no jogo de preparação com o Tourizense (vitória por 4-1). É um facto que os acontecimentos da partida estiveram do lado do FC Porto, nomeadamente a expulsão de um jogador Belga e o 2º golo que apareceu no momento em que o Genk estava por cima do jogo. Ainda assim, é justo frisar que a expulsão é perfeitamente normal, face a uma entrada a matar sobre João Moutinho.

O FC Porto, face à experiência que tem soube gerir o jogo, os acontecimentos, as falhas do adversário e sem levar o jogo nos limites físicos, venceu com toda a justiça e assim gerir o esforço fisico, que nesta altura é importante face aos níveis ainda baixos, para o jogo da segunda mão, de hoje a uma semana, no Dragão.

Foi uma primeira parte totalmente dominada pelo FC Porto, onde o Genk praticamente não existiu como equipa, nem criou lances de perigo junto da baliza defendida por Helton. Não foi brilhante a exibição do FC Porto, mas foi qb para controlar o jogo e criar situações complicadas para a defesa do Genk. A primeira parte fica marcada pelo lance do penalti, que em lance corrido não parece ser falta, mas em câmara lenta dá a sensação clara que ao cair o defesa Belga atinge Falcão. A partir daí, o Genk enervou-se e começaram algumas picardias entre jogadores. Nota para a ineficácia dos alas Ukra e Varela, jogadores fundamentais para o esquema de 4X3X3.

Na segunda parte, o FC Porto entrou mais apático, na expectativa do que o adversário iria fazer e foi tanta a expectativa que o Genk começou a criar lances de perigo sucessivos, com Helton a realizar um punhado de excelentes intervenções. O abalo da equipa da casa deu-se com a expulsão de um jogador do meio campo, que entrou, literalmente a matar, sobre João Moutinho. O árbitro esteve muito bem neste lance, demonstrando a frieza e atenção ao jogo, tal como a FIFA e UEFA recomendam. A partir daqui, o Genk com 10 elementos, continuou a criar algumas jogadas de perigo, fruto igualmente de algumas desatenções da defesa portista. Villas Boas percebeu que as coisas não estavam bem, Ukra e Varela continuavam uma nulidade, e face às reduzidas opções de ataque optou mais uma vez por Souza e pelo esquema 4X4X2. Com esta alteração o FC Porto ganhou o controlo novamente e pouco tempo depois marcou, num excelente remate de Souza. A partir daqui, foi o controlo total, Ruben Micael e Walter entraram para os lugares de Ukra e Falcão e perto do fim, com o meio campo fortalecido a trocar bem a bola, Belluschi fechou a contagem com mais um golo de belo efeito.

Mais uma vez, Villas Boas fez uma boa leitura do jogo, mexeu na altura certa e mais uma vez com proveitos. Ganhou consistência no meio campo, melhorando o sector defensivo e baralhando o meio campo e defesa do Genk, que permitiu as subidas dos médios, na ausência de avançados. Nota negativa para as aparições de Souza estarem a acontecer num plano diferente do que aquele que inicialmente foi contratado, o de médio defensivo. Não está a ganhar rotinas de jogo nessa posição o que pode ser preocupante não ter uma alternativa forte a Fernando.



Algumas notas para os jogadores que estiveram em campo:

Helton (5) – Sem trabalho na primeira parte. Muito trabalho na segunda. Realizou uma mão cheia de excelente defesas. Poucas vezes chamado, mas sempre que foi necessário esteve num nível excelente. Nota máxima.

Sapunaru (3)– Sem grande trabalho defensivo na primeira parte, fruto também de uma boa colocação na marcação. Optou por não subir tantas vezes no terreno. Na segunda parte mais trabalho e consequentemente mais desconcentrações. Continua a não apoiar o ataque como um bom lateral o deve fazer.

Alvaro Pereira (3) - Ao contrário de Sapunaru, procurou subir várias vezes no terreno e ao mesmo tempo garantia solidez defensiva. Sem grande trabalho na primeira parte mas com mais trabalho e desatenções na segunda parte, tal como toda a defesa.

Maicon (3) – Teve alguns lances onde mostrou a tranquilidade e segurança na marcação, contudo na segunda parte, algumas desatenções que com outros avançados causaria mais problemas a Helton.

Rolando (3) – Tal como Maicon, seguro a defender, mas sem grande trabalho na primeira parte ao contrário da segunda que teve tal como a defesa, no geral, muitas desatenções.

Fernando (4)– O melhor e o que mais deu nas vistas. Intransponivel e ainda teve tempo para dobrar os defesas e lançar ataques. Está numa excelente forma e, com mais liberdade para avançar acaba por dar ainda mais nas vistas. Muito confiante.

Moutinho (3) – Esteve muito agarrado à posição no terreno, não se libertou como sabe e pode. Ainda assim, apoiou a defesa e lançou os colegas de ataque. Não se dá muito por ele, mas ele está lá. Claramente mais 8 que 10, mas que dada a excelente flexibilidade e alto rendimento é indiferente actuar numa ou na outra posição.

Belluschi (3)– Aquele que tem o papel de levar o jogo para a frente, não esteve ao melhor nível, sobretudo na primeira parte. Não está na melhor forma e este jogo denota isso mesmo, pois com espaço para manobrar e um adversário com pouca agressividade, não consguiu impor o seu jogo e mais valia técnica. Na segunda parte melhorou no passe e acaba por ser recordado pelo grande golo, o terceiro do jogo.

Ukra (2)– Tal como Varela, não criou desequilíbrios na ala. Trocou de flanco e não surgiu melhorias. Na segunda parte ainda actuou mais central ao lado de Falcão, mas nem isso fez om que sobressaisse. Este jogo, face à ausência de ultima hora de Hulk, e face ao adversário, seria o ideal para mostrar trabalho, mas penso que faça todo o sentido ser emprestado para poder jogar com mais regularidade.

Varela (2) – Não conseguiu criar os desequilíbrios que sabe criar. Teve muito espaço e não conseguiu aproveitar, ao contrário do último jogo com a Naval, que aí sim, foi muito bem anulado. Sem criatividade preso de movimentos saiu aos 60 minutos e deu o lugar a Souza. É já o segundo jogo consecutivo de reduzido rendimento, face ao que mostrou no jogo da Supertaça.

Falcão (3) – Muito mexido neste jogo. Boas tabelinhas com os companheiros ainda que sem criar situações de grande perigo. Sofreu o penalti e converte-o. Na segunda parte, teve uma boa ocasião mas deixou-se antecipar. Com o avançar dos jogos e com os alas e meio campo mais interventivos e criativos, chegará ao nível que demonstrou o ano passado.

Souza (3) – Entrou para o lugar de Varela e para actuar numa posição do meio campo que não é para a que foi contratado. Alguns pormenores técnicos, nota-se que tem força e técnica, mas será lembrado mais pelo golo que marcou, um grande remate, um grande golo. Claramente, não está a ganhar ritmo como médio defensivo.

Ruben Micael (3) – Jogou alguns minutos no jogo que marcou o regresso aos jogos oficiais. È uma mais valia no meio campo, sobretudo pela qualidade de passe e tranquilidade a jogar. E face a um decréscimo de Belluschi é importante existir uma concorrência forte.

Walter (2) – Escassos 10 minutos em campo, para sentir mais a atmosfera do que propriamente ganhar ritmo. Necessita de muito trabalho físico para começar a render no FC Porto, mas já é bom sinal estar entre a equipa e dar o contributo, pois é mais uma alternativa para Villas Boas.



Quanto ao árbitro destaco a análise correcta que fez do lance da expulsão. Pena que este árbitro não apite em Portugal, no que diz respeito a análise de faltas grosseiras, pois no jogo da Supertaça entradas iguais e mais graves, nem cartão amarelo mereceram.

Última nota para Hulk que não jogou por questões familiares. As mais sinceras condolências para toda a família.

Ricardo Jorge

10 comentários:

Ultrasfcporto disse...

Boas amigo Paulo,
este jogo podia ser uma autentico massacre ao Genk, bastava o meio campo acelerar mais um pouco que eles tremiam por todos os lados, apenas bastou apelar á criatividade pessoal e também colectiva da equipa, que os jogadores do Genk ficaram sem capacidade de resposta, acho que ainda falta alguma confiança neles próprios mas com o tempo vai lá, afinal estamos a começar. Agora aquela defesa não me convence falta ali uma voz de comando.

Cumprimentos,
ultrasfcportomatosinhos

Ricardo Nuno Gonçalves Jorge disse...

Boas,

Penso que na primeira parte estiveram certinhos, depois foi a mundaça para melhor do Genk que fez tremer, mas penso que foi mais pelo efeito surpresa do que pela qualidade dos avançados. Ainda assim, é verdade, Maicon e Rolando não têm muita experiencia e os 2 juntos em jogos mais exigentes podem não dar a melhor resposta. Vamos ver quem vem... parece que é Otamendi. Numa primeira análise não me parece a escolha acertada, e ainda para mais pelo valor que se fala. Jovem de 22 anos, temos lá e emprestados. Mas pronto, que é aguerrido tipo Lisandro Lopez é. Vamos ver...
O importante é que a equipa vai para o 3 jogo oficial a ganhar e sem sofrer golos. Está a ganhar motivação e confiança. Estou a gostar.

Abraço
Ricardo

dragao vila pouca disse...

Uma exibição fraca, abaixo do exigível a um candidato a vencer a Liga Europa.

Lenta, trapalhona, previsível, irritante, a primeira-parte do F.C.Porto, que apesar de ter controlado o jogo e um adversário só preocupado em defender, nunca foi capaz de ser contundente, encostar o Genk às cordas, marcar uma superioridade que se nota a olho nú.
Culpa de um meio-campo, que, com a excepção de um excelente Fernando, nunca encontrou as melhores soluções e de um ataque onde Ukra esteve muito mal, Varela abaixo das suas possibilidades e um Falcao desamparado e complicativo, não dando seguimento às jogadas em que se pedia mais rapidez de execução, junto a maior objectividade na decisão.
O 0-1 de alguma forma era injusto. Fizemos pouco para estar a ganhar.

A segunda-parte pode-se dividir em duas: antes e depois da expulsão do jogador do Genk. Antes, um Porto sem acertar, incapaz de controlar o jogo, mal posicionado e a dar várias abébias na defesa, que só não tiveram graves consequências, porque Helton está em grande e por duas vezes evitou aquilo que parecia certo, o golo dos belgas. Depois da expulsão, mais facilidades, mais controlo, mais acerto, mas mesmo assim, alguns deslizes na rectaguarda, que mostraram, sem margem para dúvidas, que temos de contratar um central de qualidade - espero que Otamendi não falhe!
Na parte final e já com os belgas rendidos, dos belíssimos golos, a darem ao marcador uma ideia de facilidades e de uma qualidade de jogo, que nunca existiu.

Resumindo: ganhamos claramente e com isso cumprimos o nosso objectivo de passar à Fase de Grupos. Temos gente, temos treinador, mas e contrário do que a exibição frente ao Benfica prometeu, ainda estamos longe de sermos uma equipa forte, equilibrada, contundente.

Até esse momento chegar, três jogos, três vitórias, seis golos marcados e nenhum sofrido, ajudam a manter a moral em alta e a dar a tranquilidade necessária para trabalhar à vontade.

Um abraço

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem fizemos um jogo "quanto baste" para levar de vencida uma equipa jovem, com jogadores de alguma qualidade. E demos uma passo rumo à fase de grupos da liga Europa.

Na primeira parte, entramos calculistas, a controlar e dominar o jogo. O adversário não teve bola, e apenas em fugazes contra-ataques tentava chegar à nossa baliza. Estivemos claramente à espera do erro do adversário, que se foi enervando com o decorrer da primeira parte, e acabou por cometer um penalti que nos deu a vantagem no marcador.
Na segunda parte, o Genk depois das alterações do seu treinador, começou a criar-nos problemas e não fosse Helton, teriam naquela altura empatado o jogo.
Mas Villas Boas, tem uma de muitas qualidades ... não perde tempo e mexe na equipa. Meteu mais gente no nosso meio campo, e voltamos a controlar e dominar o jogo. Com um futebol de troca e posse de bola, constantes tabelinhas, com naturalidade marcamos mais dois excelentes golos.
O de Souza foi fantástico.
Qt aos jogadores realce para os nossos 3 médios. O Belluschi com o Fernando e o Moutinho ao lado parece outro. Fica mais solto para o ataque.
Também os Fernando e o Moutinho varrem o meio campo todo. Impressionante o Moutinho ... não tem medo de fazer carrinhos, leva porrada que se farta,... e parece aqueles copos teimosos ... cai e levanta logo!
Grande exibição do Helton.
Maicon ontem foi capaz do melhor e do pior. Na nossa defesa, nota-se que falta ali agressividade no ataque à bola, antes mesmo de nos encostarem às cordas. Rolando esteve bem melhor.
Varela esteve outra vez abaixo das expectativas.
Ukra esteve bem, lutador, podia mesmo ter marcado.
Sapunaru e Alvaro cumpriram o seu papel, mas sem atacar muito.

Abraço a todos e bom fim de semana

Paulo

Rage disse...

Foi um daqueles jogos em que o resultado foi melhor do que a exibição, principalmente no sector defensivo que tanto acertava nas marcações como cometia erros de palmatória.O Hulk fez falta para partir aquela defesa macia do Genk e jogar com outra velocidade. O Walter tem muito para trabalhar fisicamente pois esta muito pesado.
Outra noticia engraçada e encomendada pelo Benfica foi o suposto roubo do Salvio...Para que queríamos um jogador para uma posição em que temos tantas soluções e ainda por cima negociando com um clube que nos "roubou" o Paulo Assunção?
Uma palavra final de condolências ao Hulk e a sua família neste momento delicado.

Gaspar Lança disse...

Três golos sul-americanos que nos colocam com um (ou dois...) pés na fase de Grupos da Liga Europa.
Bonito o gesto de Falcao, ao dedicar o golo a Hulk.
Notam-se alguns erros na equipa (esteve muito mal Maicon; venha o Otamendi pois Maicon ainda não está preparado) mas ainda não está nada fechado visto que, até dia 31 de Agosto, alguém pode sair ou mesmo entrar.
Uma grande vénia para André Villas Boas que mais uma vez sobe o que fazer.
No Dragão é para marcar mais golos!

Um abraço
http://odragaozinho.blogspot.com

Dragaopentacampeao disse...

Jogo aparentemente fácil que o FC Porto tratou de complicar, recorrendo a um ritmo de treino e pouco engodo pela baliza.

Sem Hulk, a quem presto as minhas homenagens pelo momento difícil que atravessa, os Dragões apresentaram-se lentos, previsíveis e sem imaginação. Dominaram na primeira parte mas sem criar grande perigo.

Já na segunda metade tiveram que aguentar a maior determinação belga e aí Helton respondeu com bravura e classe.

AVB acordou a tempo alterando o sistema de jogo. A inclusão de Souza e Rúben Micael foram fundamentais para a clarividência que o meio campo ganhou, com reflexos no resultado.

Grandes exibições de Helton e Fernando, dois gigantes em campo. Souza voltou a confirmar as boas indicações que já dera nos poucos minutos que jogou.

Muito trabalho espera a esta equipa para se assumir candidata ao triunfo deste troféu.

Um abraço

Dragus Invictus disse...

A capa do jornal rascoide de hoje é ridícula.
Só mesmo estes jornalistazecos, para não perceberem que os empresários tentam ligar o FC Porto a todos os negócios para Portugal, para valorizar os passes e assim ganharem mais!

Pedro Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Rocha disse...

Sapunaru (3)– Sem grande trabalho defensivo na primeira parte, fruto também de uma boa colocação na marcação. Optou por não subir tantas vezes no terreno. Na segunda parte mais trabalho e consequentemente mais desconcentrações. Continua a não apoiar o ataque como um bom lateral o deve fazer.

Alvaro Pereira (3) - Ao contrário de Sapunaru, procurou subir várias vezes no terreno e ao mesmo tempo garantia solidez defensiva. Sem grande trabalho na primeira parte mas com mais trabalho e desatenções na segunda parte, tal como toda a defesa.

Já há muito muito tempo que eu desconfio que existem umas tvs que transmitem uns jogos, e outras a transmitir outros, hoje tive essa certeza. Esta análise foi meramente feita tendo por base o estatuto dos jogadores, não foi isto que se viu, sendo que Pereira acabou por ter sido um dos piores, senão o pior jogador em campo a alinhar pelo FCP. Uma segunda parte verdadeiramente para rir, onde não se esforçou minimamente. Já O Sapunaru, esse até foi dos que resistiu a esse desnorte de que fala.