quinta-feira, 10 de março de 2011

Quartos de final mais perto...

O FC Porto venceu hoje em Moscovo o CSKA por 0-1, dando um passo em frente para conseguir a passagem aos quartos de final da Liga Europa.

Villas Boas operou algumas mudanças no onze inicial: face à ausência forçada de Álvaro Pereira, entrou Sapunaru para a defesa na direita e Fucile passou para o lado esquerdo. No meio campo Belluschi deu lugar a Guarin (alteração que se compreende face ao último jogo para o campeonato, em que Belluschi não esteve tão bem como de costume, e também porque Guarín tem mostrado qualidade suficiente para entrar de início no jogo). Na frente, Varela saiu para o dar lugar a James.

A equipa entrou terrivelmente mal no jogo, apresentando-se muito nervosa. A defesa portista andou às aranhas com a dupla de ataque do CSKA, que teve várias oportunidades de abrir o marcador não fosse Helton ser um guarda-redes tão bom e estar ao seu melhor nível. Wagner Love e Doumbia movimentaram-se de forma muita rápida,e Rolando deu algum espaço que, face à velocidade destes dois jogadores, poderia ter sido "mortal". Apesar de estarem muito bem no ataque, os russos iam concedendo algumas facilidades na defesa, e, por esse motivo, o FC Porto também criou algumas oportunidades de golo, sendo que a mais perigosa foi um remate perigosíssimo de Guarín à meia volta, que o guarda-redes da equipa russa defendeu.

A segunda parte foi totalmente diferente, o que foi natural dado o crescendo da equipa portuguesa no final da primeira parte. Apenas uma grande oportunidade para o CSKA aos 56 minutos, com Wagner Love a desperdiçar grande oportunidade. Com muito mais calma, o Porto conseguiu ganhar o controlo do jogo e corrigiu algumas imperfeições visíveis na primeira parte: a defesa estava mais compacta, concedendo menos espaços à dupla atacante do CSKA;


Fernando foi posicionado mais perto da defesa, por forma a fechar bem e a conseguir sair para o ataque de forma mais segura; e o meio campo estava menos nervoso, o que se reflectiu na melhoria da qualidade de passe, nomeadamente por Guarín. Com o jogo controlado, foi com naturalidade que o FC Porto criou mais oportunidades nesta segunda parte, e abriu aos 70 minutos o marcador através de Freddy Guarín. Foi um golo fantástico. Até ao final do jogo, o Porto poderia ter dilatado o marcador, o que infelizmente não aconteceu. Mas a verdade é que o Porto esteve sempre mais perto do segundo golo, do que o CSKA do empate.

O grande destaque vai para Helton. Foi uma grande jogo do capitão portista, que evitou que tivéssemos começado o jogo a perder. Tem estado impressionante esta época ,Helton. Parece que quanto mais velho, melhor, e certamente a braçadeira ter-lhe-á dado outra dose de confiança. Destaque também para Sapunaru e Fucile. Os dois laterais portistas fizeram um bom jogo, e Sapunaru surgiu várias vezes em zona de finalização (talvez se fosse Pereira, a possibilidade de concretizar em golo essas oportunidades fosse maior).


Destaque natural para o golo de Guarín, bem como para a forma como jogou na segunda parte: foi ele o responsável da subida de rendimento da equipa portista, principalmente por ter melhorado bastante a qualidade de passe. Falcao é quase sempre destaque, pois apesar de não ter facturado esta noite, faz um trabalho impressionante no ataque. Joga de forma fantástica de costas para a baliza, segura bem a bola, recupera, vai buscar jogo lá atrás... Incansável e insubstituível actualmente no FC Porto...

Pela negativa Hulk. Talvez tenha sido o jogador que mais dificuldades teve em se adaptar ao relvado sintético, e, além disso, parecia estar com alguns problemas físicos. Esta não foi a noite do Incrível voltar aos golos. Também James Rodriguez não esteve ao seu melhor nível, e isso notou-se bastante, pois Varela trouxe outro fulgor ao ataque portista quando o substituiu.



Não foi um jogo brilhante, mas foi um jogo em que vimos duas facetas da equipa portista: em grande espírito de sacrifício durante a primeira parte, na qual claramente fomos inferiores aos russos, e, na segunda parte, surgiu uma equipa tranquila, confiante e dominadora, o que naturalmente levou ao golo.



Vencer por uma bola a zero fora de casa é um grande resultado, e demos uma passo em frente para conseguir passar à próxima fase da Liga Europa. A final está à vista...

Agora a Liga Portuguesa na próxima segunda-feira, porque queremos ser campeões o mais rapidamente possível.

Saudações portistas,

DF

4 comentários:

dragao vila pouca disse...

Primeira-parte, dura, sofrida, por culpa de uma equipa boa, muito boa no último terço do campo, com três avançados do melhor que temos visto - W.Love, Doumbia e Honda -, criativos, rápidos, mas também por culpa própria, por culpa de um F.C.Porto desadaptado, a errar muitos passes, "sem Hulk", a dar muito espaço e a permitir que os jogadores russos chegassem à frente com vários jogadores, em velocidade e com a bola controlada. Valeu Helton, em duas ou três ocasiões, para que o marcador ficasse a zero, enquanto a equipa portista, hoje de amarelo, também criou perigo, mas sem as oportunidades da equipa da capital russa.


Resumindo: melhor o resultado que a exibição, num empate que se tivesse sido desfeito, esteve mais perto de acontecer para a equipa russa que da equipa portuguesa.

Na segunda-parte tudo foi diferente. André Villas-Boas rectificou e se nos primeiros minutos ainda deu a ideia que tudo ia ser igual, rapidamente essa impressão se desvaneceu. A equipa portista passou a estar mais junta, mais unida, a dar menos espaço, passou a controlar, dominar, Sapunaru ameaçou e Guarín, aos setenta minutos, marcou, dando uma vantagem que, a partir de certa altura, se começava a adivinhar. Em vantagem a equipa portista não se encolheu, continuou a jogar da mesma maneira, longe da sua área e se o resultado, pelo que foram os noventa minutos, se aceita, estivemos mais próximos dos dois a zero que os russos de empatar.


Foi a sexta vitória fora, a nona em onze jogos, com um empate e apenas uma derrota, sem consequências, num jogo em que fomos claramente superiores. É um currículo excelente, prova provada que o sistema existe, está vivo e recomenda-se. Mas atenção, ainda não passamos e o CSKA pode vir fazer ao Dragão o que nós fizemos na Rússia. Para que isso não aconteça e alcancemos os nossos objectivos de estar nos quartos-de-final, é necesssário um Porto que em casa, pelo menos, consiga também, tal como aconteceu em Moscovo, cidade talismã, não perder. Desta vez não será às cinco horas e portanto, vamos encher o nosso belíssimo anfiteatro.


Nota final: apenas vou destacar, Guarín, para mim o melhor em campo e com um golo fantástico. É assim, aproveitando as oportunidades e mostrando qualidade para ser titular, que se conquistam lugares na equipa. Não é com amuos, caras feias, deixa rolar... Helton, porque foi decisivo, evitando dois ou três golos certos.
E o nosso treinador, que, mais uma vez, esteve muito bem ao intervalo. O F.C.Porto da segunda-parte não teve nada a ver com o da primeira. Villas-Boas e a sua equipa técnica - o treinador, sem complexos, distribui os louros... -, corrigiram, alteraram e ninguém tem dúvidas, houve bastante Porto na etapa complementar. Um Porto que honra e prestigia o futebol português, um Porto que responde, em campo, à calúnia, à inveja e aos vermes, especialistas em denegrir a sua imagem.

Um abraço

Tripeiro disse...

Que época, meu Deus, que orgulho!!

Grande grande vitória!! Pensar num adversário de cada vez, matar a eliminatória para a semana no Dragão, para carimbar a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa.

Grande espírito de sacrifício da nossa equipa!

Um abraço

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Mostramos mais uma vez que perante qualquer adversidade, temos capacidade de adaptação e conseguimos vencer.

Ontem num relvado sintético, Hulk e James não se adaptaram, e na primeira parte pouco jogo ofensivo produzimos.

Limitamos-nos a tentar controlar o excelente tridente ofensivo russo, que nos causou imensos calafrios.

Na segunda parte a partir dos 60 minutos, e depois das alterações de Villas Boas, dominamos o jogo, chegamos à vantagem, e podíamos mesmo ter sido "gulosos" e ter lutado pelo 2 a 0, mas a equipa não quis arriscar, pois o adversário, face à qualidade dos elementos que entraram Nedic e Tosic, também poderia marcar e colocar em risco o excelente resultado.

Valeu Helton, sempre seguro a transmitir tranquilidade a uma defesa que esteve num excelente nível. Grande exibição de Otamendi, Rolando, Sapunaru e Fucile muito bem. No meio campo Fernando e Moutinho estiveram ao seu nível. Varela entrou muito bem no jogo, tal como Cebola e Guarin foi uma aposta ganha de Villas Boas.

Agora no Dragão temos de ser mais eficazes do que fomos diante do Sevilha, para marcarmos e não andar na corda bamba até final do jogo.
Esta equipa russa provou ontem que pela qualidade dos seus atacantes, pode marcar em qualquer campo.

Nós somos superiores no computo geral e temos uma vantagem que nos permite chegar aos quartos de final.

Bravos os nossos adeptos que se deslocaram a Moscovo apara apoiar a equipa.

Abraço

Paulo

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Foi uma vitória feliz, num relvado difícil, a avaliar pelas dificuldades sentidas por grande parte dos nossos jogadores.

Helton esteve gigante a assegurar o nulo, na primeira parte, para no segundo tempo vir ao de cima a maior classe do FC Porto, que finalmente tomou conta do jogo, conseguindo o triunfo com um belo golo de Guarín (para mim muito mais útil que Belluschi) e com a sensação de que o marcador poderia ter sido alargado.

A eliminatória está longe de se considerar ganha, mas que este resultado constitui um passo importante para o conseguir, ninguém o pode negar.

Um abraço