Tomislav Ivic faleceu nesta sexta-feira, em Split, aos 77 anos, devido a problemas do coração.
Um treinador que ficou querido para uns portistas e para outros ficou para sempre "marcado" pelo episódio do afastamento da equipa de Fernando Gomes, ídolo de muitos portistas, que segundo Ivic era finito.
A sua primeira passagem pelo FC Porto na época 1987/1988 foi plena de sucesso.
Para além da conquista da Taça Intercontinental, da Supertaça Europeia, da Taça de Portugal, da Supertaça Cândido de Oliveira, o FC Porto de Ivic sagrou-se campeão nacional, com 15 pontos de avanço sobre o Benfica!
Em 1993/1994 regressou ao FC Porto e teve uma passagem curta e não muito feliz. Apesar de ainda ter conseguido colocar o FC Porto na fase final da Liga dos Campeões, eliminando o Feyenoord. No Campeonato, em cada jornada que passava, mais o FC Porto hipotecava ambições, pelo que se esperava que a cabeça de Ivic rolasse de um momento para o outro.
Mas Pinto da Costa foi sustendo Ivic, até que, já em Janeiro de 1994, após vitória concludente em Aveiro, anunciou que Ivic se... despedira, seduzido pelo convite que recebera para organizar, no âmbito da FIFA, o futebol na Croácia, asseverando que era com pena que o FC Porto o libertava.
Pessoalmente foi um treinador cujo sistema táctico não apreciava.
Era um estilo defensivo e conservador. E na segunda passagem pelo nosso FC Porto, este sistema revelou-se desastroso.
Lembro-me de um jogo diante do Milan em que fiquei mesmo envergonhado. Perdemos por 3-0, mas o pior não foi o resultado diante de um Milan que se sagraria campeão europeu, mas sim terminar na frente de ataque com o desajeitado Vinha, Kostadinov e em desespero Fernando Couto.
Outro jogo marcante pela negativa foi a segunda mão da eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao Feyenoord, depois da vitória nas Antas por 1-0 (golo de Domingos), Ivic surpreende em Roterdão, apresentando um onze super defensivo, fazendo alinhar de início 4 defesas centrais: Aloísio, Jorge Costa, Zé Carlos e Fernando Couto ... um autocarro à frente da baliza, num jogo marcado por muitas quezílias e que terminou empatado a zero, passando o FC Porto para a fase de grupos. No dia seguinte a este jogo, Ivic foi muito criticado pela imprensa escrita devido à estratégia montada, embora a mesma tenha concretizado o objectivo de passagem à fase de grupos da liga dos campeões, prova onde o FC Porto só foi travado nas meias-finais, já sob a batuta de Robson, perante o todo poderoso Barcelona.
Lembro-me ainda de um outro jogo de sofrimento em que vencemos o Sporting em Alvalade por 1-0 (golo de Domingos). (clica para visulalizar).
No final desse jogo Pinto da Costa teceu grandes elogios à estratégia de Ivic (clica para visualizar).
Acima de tudo Ivic era um estratega, um mestre da táctica, cujas ideias de jogo eram complicadas de implementar em planteis com jogadores criativos...e que nós adeptos do futebol espectáculo por vezes não compreendíamos.
Acabou por sair a meio da época sendo substituído por Sir Bobby Robson.
Pessoalmente foi um treinador cujo sistema táctico não apreciava.
Era um estilo defensivo e conservador. E na segunda passagem pelo nosso FC Porto, este sistema revelou-se desastroso.
Lembro-me de um jogo diante do Milan em que fiquei mesmo envergonhado. Perdemos por 3-0, mas o pior não foi o resultado diante de um Milan que se sagraria campeão europeu, mas sim terminar na frente de ataque com o desajeitado Vinha, Kostadinov e em desespero Fernando Couto.
Outro jogo marcante pela negativa foi a segunda mão da eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao Feyenoord, depois da vitória nas Antas por 1-0 (golo de Domingos), Ivic surpreende em Roterdão, apresentando um onze super defensivo, fazendo alinhar de início 4 defesas centrais: Aloísio, Jorge Costa, Zé Carlos e Fernando Couto ... um autocarro à frente da baliza, num jogo marcado por muitas quezílias e que terminou empatado a zero, passando o FC Porto para a fase de grupos. No dia seguinte a este jogo, Ivic foi muito criticado pela imprensa escrita devido à estratégia montada, embora a mesma tenha concretizado o objectivo de passagem à fase de grupos da liga dos campeões, prova onde o FC Porto só foi travado nas meias-finais, já sob a batuta de Robson, perante o todo poderoso Barcelona.
Lembro-me ainda de um outro jogo de sofrimento em que vencemos o Sporting em Alvalade por 1-0 (golo de Domingos). (clica para visulalizar).
No final desse jogo Pinto da Costa teceu grandes elogios à estratégia de Ivic (clica para visualizar).
Acima de tudo Ivic era um estratega, um mestre da táctica, cujas ideias de jogo eram complicadas de implementar em planteis com jogadores criativos...e que nós adeptos do futebol espectáculo por vezes não compreendíamos.
Acabou por sair a meio da época sendo substituído por Sir Bobby Robson.
Fica na história do nosso clube pelas conquistas gloriosas de 1987/1988.
Descanse em Paz!
Publicado em maisfutebol.iol.pt
O mundo despede-se de um homem que passou por 20 clubes e 4 selecções nacionais, conquistando 16 títulos.
Os adeptos do F.C. Porto recordarão certamente a temporada 1987/88, quando a equipa de Ivic arrancou com a conquista da Supertaça Europeia, passou pela vitória na Taça Intercontinental e completou o póquer com o campeonato e a Taça de Portugal.
Jorge Nuno Pinto da Costa não esquece o homem e o amigo e deixa uma mensagem em memória do técnico croata, um trota-mundos que no FC Porto conquistou os maiores êxitos de uma carreira ímpar.
“Com o desaparecimento de um grande homem lamento a perda de um grande amigo. Recordo as suas vitórias, que ficarão para sempre na história do FC Porto e do futebol português”.
“Com o desaparecimento de um grande homem lamento a perda de um grande amigo. Recordo as suas vitórias, que ficarão para sempre na história do FC Porto e do futebol português”.
António Sousa lembra treinador «amigo e muito brincalhão» (clica para visualizar).
Última entrevista à imprensa nacional
Ivic ao Maisfutebol: «Parabéns ao FC Porto»
Antigo treinador dos dragões felicita equipa de André Villas-Boas por repetir o póquer de títulos de 87/88.
Tomislav Ivic sabe que André Villas-Boas igualou o seu registo. O F.C. Porto conquistou quatro troféus na temporada 2010/11, repetindo o feito de 1987/88. O póquer de títulos foi notícia na Croácia.
O Maisfutebol partiu em busca do contacto do antigo treinador dos dragões mas deparou-se com um cenário triste. Após inúmeras tentativas ao longo desta segunda-feira, Ivic ligou de volta e deu os parabéns ao F.C. Porto. Com dificuldades.
«Quero dar os parabéns ao F.C. Porto, sobretudo ao grande presidente Pinto da Costa», começou por dizer, sem questões pelo meio, mal percebeu que estava a falar com um jornalista português. Contudo, as dificuldades de expressão eram notórias.
Ivic tem actualmente 77 anos e apresentava-se de boa saúde, multiplicando-se em aparições públicas ao longo dos últimos meses, apesar dos conhecidos problemas cardíacos do passado. Do jornal que nos facultou o contacto do técnico, garantiram-nos que este estava bem.
«Espero que tudo corra pelo melhor»
Porém, após as primeiras palavras, Tomislav Ivic confirmou o cenário preocupante. «Estou com problemas de coração, os últimos dias têm sido muito difíceis. Vamos ver o que vai acontecer, espero que tudo corra pelo melhor», desabafou, num português perfeitamente perceptível.
Naturalmente, enviámos um abraço sentido de melhoras e deixámos as questões por colocar. Ainda assim, até para homenagear o treinador que levou o F.C. Porto à conquista de quatro títulos em 1987/88, algo que só André Villas-Boas conseguiu imitar, quisemos reproduzir as suas palavras.
Recorde-se que Tomislav Ivic, sucessor de Artur Jorge no comando técnico dos dragões, iniciou a temporada com a conquista da Supertaça Europeia, frente ao Ajax, seguindo-se a vitória na Taça Intercontinental, perante o Peñarol, o triunfo no campeonato português e a conquista da Taça de Portugal. Curiosamente, o V. Guimarães foi o adversário nessa final. Jaime Magalhães decidiu (1-0).
Para completar a homenagem do Maisfutebol, com reforço do sentido desejo de melhoras para Tomislav Ivic, aqui fica o plantel do F.C. Porto na temporada 1987/88. Domingos Paciência, por exemplo, estreou-se na equipa principal na recta final dessa época.
FC Porto 1987/88:
Guarda-redes: Jozef Mlynarczyk, Zé Beto, Vítor Baía e Best;
Defesas: João Pinto, Barriga, Bandeirinha, Eduardo Luís, Inácio, Lima Pereira, Fernando Couto, Celso e Geraldão;
Médios: André, Quim, Frasco, Jaime Pacheco, António Sousa, Rui Barros, Semedo, Jaime Magalhães e Rabah Madjer;
Avançados: Raudnei, Fernando Gomes, Rui Neves, Juary, Domingos e Jorge Plácido.
Supertaça Europeia
Taça Intercontinental
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