quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Objectivo não cumprido!

Em primeiro lugar, e tal como foi perceptível pela reacção dos adeptos, os jogadores e equipa técnica entregaram-se de corpo e alma na tentativa de vencer este jogo. Quando assim é, parece que as derrotas não custam tanto, mas neste caso, as repercussões deste objectivo não cumprido serão muito mais do que uma simples derrota.

Vítor Pereira insistiu no onze que nos últimos dois jogos tinha vencido e convencido. Tal como na antevisão deste jogo, penso que se justificaria uma alteração no sector atacante, Kléber ou Varela no lugar de Djalma, que apesar de estar a esforçar-se, não agarrou o lugar nos últimos dois jogos.

Mas penso que foi mais do ponto de vista psicológico que Vítor Pereira entendeu manter o mesmo onze. Não foi por aqui que o FC Porto hoje não ganhou, nem mesmo pelo facto do árbitro ter sido dos mais irritantes que me lembro de ver, muitas faltas não marcadas e um rigor absoluto nos 3 minutos de desconto que provavelmente apenas se jogou 1 deles. Mas mesmo que fossem mais 5 ou 10, provavelmente não se alteraria o resultado.

O FC Porto não passou aos oitavos de final pelo conjunto de jogos que efectuou depois e antes dos jogos com o Shakthar. Quando não se conseguiu ganhar ao APOEL, nem em casa nem fora, o destino ficou praticamente traçado. Mas o passado estava enterrado e hoje o FC Porto só precisava de 1 golo, 1 golo que no final das contas colocaria o FC Porto em 1º do grupo e como não surgiu colocou-nos em 3º!

Os jogadores estiveram excessivamente intranquilos, sem grande discernimento, fruto da vontade de vencer, de fazer tudo rápido e bem. Nem parecia uma equipa que é a par do Man Utd das equipa com mais participações nesta competição.

Não restam dúvidas que o FC Porto é superior a qualquer uma das restantes equipas do grupo e isso torna a dura e cruel realidade ainda mais difícil de aceitar.

Tempo agora de reformulação. Não, não estou a falar de despedir Vítor Pereira ou contratar uma série de jogadores novos. Foi esse o erro em 2004, chegámos a Janeiro e vendemos e contratámos aos pares, uns vieram do Brasil, outros do Marítimo, etc…

O que o FC Porto precisa é reformular em primeiro lugar o actual plantel uma vez que do ponto de vista financeiro, se as coisas já não estavam bem, agora ficaram caóticas. Há duas soluções, ou se transacciona já um dos melhores jogadores e equilibra-se o défice, ou então, aposta-se na continuidade e reformula-se um conjunto de jogadores que são neste momento excedentários e têm qualidade para jogar em outras equipas.

São os casos dos laterais direitos, Fucile e Sapunaru pelos vistos perderam terreno face a Maicon, e no final de Dezembro chega Danilo. Estamos a falar do meio campo, onde claramente existem 6 opções de nível idêntico e não faz sentido ver 2 jogadores como Guarin, Belluschi ou mesmo Defour, no banco de suplentes ou mesmo sem serem convocados. Danilo é também opção no meio campo, pelo que faz todo o sentido, emagrecer 1 unidade no meio campo.

No ataque é o problema maior. Existem 8 soluções mas pelos vistos a lacuna continua. Há que perceber se existe capacidade para ir contratar um jogador de área, com qualidade claro, e se assim for, dar um destino a jogadores como Cristian Rodriguez, Djalma, Walter e mesmo Varela que tarda a acordar para níveis que já nos habitou.

Depois desta reformulação é preciso traçar um conjunto de objectivos até final da época. A Liga Portuguesa continua como primeiro objectivo, mas face à eliminação na Taça de Portugal e da Champions é preciso traçar novos objectivos que não estavam previstos no planeamento da época.



A eventual conquista da Liga Europa poderá dar muito prestigio ao clube mas não resolverá os problemas financeiros, daí a importância de reformular já o plantel em Janeiro por forma a encaixar um valor que equilibre as contas. Tal como o ano passado o FC Porto será provavelmente a equipa mais bem cotada a nível de ranking nesta prova. A diferença, que poderá ser determinante e que deverá ser trabalhada, é o facto da motivação em ir longe nesta prova quando sabemos que estaremos nesta prova pelo facto de termos falhado o objectivo principal.

Pelo meio surgirá a Taça da Liga, que face à eliminação da Taça de Portugal deverá ser um objectivo real a conquistar.

A época não está perdida, mas o saldo é claramente negativo à data. O futuro depende do que se vai fazer nesta paragem do campeonato e se no Verão a estratégia não foi a melhor agora não haverá mais margem para errar, sob pena, de se falhar o principal objectivo – Liga Portuguesa.
Vem aí mais dois jogos para a Liga antes da paragem. É fundamental ganhar os dois jogos para que a equipa termine o ano de 2011 na liderança e com tranquilidade para planear o resto da época.


Todas as imagens dos jogos do FC Porto.
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Força Porto.
Ricardo Jorge

5 comentários:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem tivemos atitude, garra e lutamos pela vitória, por isso os atletas estão de parabéns.

Todavia, mais uma vez ficou evidente a falta de um goleador, que materializasse o jogo ofensivo.

Está a nu o grande erro da SAD, que além de ter perdido desportivamente Falcao, também se sabe pelo relatório e contas, que fez um péssimo encaixe financeiro, encaixe este que não permitiu contratar um goleador à altura dos pergaminhos do clube.

Taça de Portugal e Champions já se foram, com maior perda nesta última. Teremos necessariamente de vender jogadores para equilibrar o orçamento vindouro e tapar buracos deste.

Abraço

Paulo

dragao vila pouca disse...

Entrando com a atitude correcta, a que se juntou uma qualidade de jogo que ainda não tinhamos visto, a este nível de exigência, o F.C.Porto fez a sua melhor exibição da época e só não conseguiu o triunfo porque não foi eficaz e, não posso deixar de o dizer, porque Hulk, quando precisavamos dele em grande, teve uma noite apagada, longe do que pode e sabe fazer.
No mais, pressionamos, dominamos, atacamos e banalizamos uma boa equipa. Para além disso, criamos e desperdiçamos, várias oportunidades, que nos dariam uma vitória, que pelo que jogamos, era mais que justa. O que se pode dizer mais?
Era preciso atitude, tivemos atitude; era preciso dar tudo, deixar a pele em campo, demos e deixamos; era preciso jogar bem, jogamos; tinhamos de ser organizados e concentrados, fomos; tinhamos de ser criativos e diversificar, para desmontar o autocarro russo, fomos e diversificamos; quando tinhamos de arriscar tudo, arriscamos; enfim, faltou, como disse, eficácia e porque não dizê-lo, uma pontinha de sorte, que hoje não protegeu os audazes.

Quando se joga tão bem e a equipa funciona em conjunto, não apetece destacar ninguém, mas houve gente que jogou muito: Moutinho, Fernando, Rolando, Otamendi, Alvaro, James, Djalma e um Super-Maicon, a jogar a um nível que surpreendeu até os seus mais acérrimos críticos - Helton não teve que fazer; Defour esteve abaixo do que fez nos dois últimos jogos; Kléber cumpriu; Varela também; Belluschi entrou quase no fim; e de Hulk já disse tudo.
Nada a dizer de Vítor Pereira. Preparou bem o jogo, fez o que tinha a fazer. Quando é assim...

Estamos fora da Champions e naturalmente, estamos tristes e desiludidos, desanimados. Mas se é verdade que pelo que fizemos hoje merecíamos continuar, também é verdade que o que hoje sobrou no Dragão, faltou em outros jogos. Mas não vale a pena olhar para trás. O que não tem remédio, remediado está. Agora é levantar a cabeça, olhar em frente e abordar os próximos jogos da mesma maneira. Hoje fomos Porto e por isso a equipa saiu do campo aplaudida por um público que é exigente, mas justo e generoso. Amanhã temos de manter a mesma atitude, a mesma determinação e encarar os jogos da mesma forma. Os próximos adversários, Beira-Mar e Marítimo, os dois jogos que faltam antes da pausa natalícia, têm de ser vistos, tratados e trabalhados da mesma maneira que foi o Zenit. Se for assim, será mais fácil ultrapassar a tristeza e rapidamente entraremos no rumo certo. O rumo que nos levará a conseguir triunfos importantes: campeonato e Liga Europa, novamente. Porque não?

Nota-final:
O rafeiro vira-latas teve o tratamento que mereceu e só sobressaiu no final do jogo e em mais uma cachorrada.

Abraço

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

É frustrante este afastamento prematuro da LC, ainda por cima num jogo em que quase tudo fizemos para merecermos a vitória. Faltaram os golos para ser um jogo perfeito.

Gostei no geral do empenho de todos, jogadores e público.

Só não gostei da ineficácia, na hora do remate.

Enfim, resta-nos a Liga Europa.

Temos de continuar com este espírito e esta dádiva ao jogo. Se tal acontecer estaremos mais perto do nosso grande objectivo que é vencer a Liga Zon Sagres.

Um abraço

Espertinho disse...

Mais uma vez vejo que traças um cenário muito realista e objectivo do que o FCP precisa para o resto da época (se ao menos os dirigentes do clube lessem uns blogues de vez em quando...). Não há muito a acrescentar: vamos ganhar a Taça da Liga e a Liga Europa, se faz favor, porque nem é pedir muito e o campeonato, nem se fala, que é obrigatório. Quanto a Janeiro, a necessidade de reformular o plantel é óbvia, em especial no que diz respeito às posições com jogadores excedentários, mas o principal objectivo deverá ser, não 1 (na minha opinião), mas 2 pontas de lança, porque os que temos não prestam para nada. Dois para ver se é possível aproveitar um em condições e haver um de reserva que faz sempre falta. Se quiserem ficar com o Walter tudo bem, mas o Kléber não vale a ponta de um corno...

Bancada Sul disse...

Fernando no Inter, Ricky Álvarez no FC Porto?