domingo, 15 de janeiro de 2012

“El Bandido” em Alta Rotação

O FC Porto venceu e bem este Rio Ave, que ao contrário do que o treinador disse na véspera apresentou-se no Dragão ultra defensivo o que complicou e muito a tarefa do FC Porto.

Foi um jogo em que, provavelmente, a equipa correu mais. O ritmo de jogo foi invariavelmente alto, e sempre no mesmo sentido, com excepção de um remate do Rio Ave na primeira parte e outro na segunda parte, este ultimo, na melhor ocasião do Rio Ave em todo o jogo.

Associado a este ritmo elevado esteve também algum desnorte no ultimo passe e na finalização. O FC Porto não conseguiu criar muitas e perigosas oportunidades de golo em todo o jogo. Se até aos 31 minutos a referencia na área era Hulk, depois, mesmo com a entrada de Kléber, a referencia deixou de existir de tal forma que, com excepção de um remate perigoso de Kléber, o único, as oportunidades foram de Cristian Rodriguez, Belluschi e claro James.

E foi este sem dúvida o problema do FC Porto. A produção de jogo ofensivo é muita, os laterais apoiam o ataque, os médios surgem em posição de remate, os alas desequilibram, mas depois é a confusão geral na área, pois sem referencia, os jogadores acabam por procurar finalizar.

E esta é sem dúvida a grande lacuna do FC Porto e que Vítor Pereira ainda não conseguiu contornar. A adaptação do sistema táctico, o mesmo da época passada, à falta de uma referencia de ataque ainda não aconteceu e provavelmente não irá acontecer. E é nos jogos em que as equipas se fecham que o FC Porto sente mais dificuldades.

Quando aos 31 minutos, Hulk saiu lesionado, e com o resultado ainda em 0-0, o Dragão gelou, as dificuldades em penetrar na defesa do Rio Ave eram evidentes e sem o principal desequilibrador antevia-se muitas dificuldades.
O ritmo continuou elevado e em mais uma transição ofensiva sem a finalização adequada, eis que surge James num lance genial a penetrar na área e a finalizar a brilhante iniciativa. Foi um golo importantíssimo pois surgiu no final da primeira parte o que tranquilizou a equipa.

Na segunda parte, o FC Porto, e bem, continuou com o seu ritmo elevado claramente à procura do segundo golo. Uma postura muito positiva que levou o FC Porto a controlar o jogo, com excepção de um lance de contra ataque em que já poucos acreditavam que não iria ser o golo do empate do Rio Ave. Felizmente, não foi Kelvin a falhar escandalosamente, senão teríamos conversa para toda a semana, ao contrário do que aconteceu num Leiria-Benfica da semana passada.

Com a margem mínima no resultado, Vítor Pereira arriscou ainda mais. Retirou Belluschi e colocou Iturbe. A equipa inverteu o triângulo do meio campo, com Fernando e Defour mais centrais, lado a lado, e James a 10. O FC Porto não perdeu consistência defensiva e continuou a produzir jogo ofensivo, se bem que Iturbe entrou desastrado, provavelmente com muita vontade em fazer bem, mas claramente esteve muito mal, com muitos passes errados, perdas de bola e sem profundidade.

Mas se com a entrada de Iturbe as coisas não melhoraram já com a entrada de Varela as coisas foram bem diferentes. Varela entrou forte, ajudando nas recuperações e imprimindo mais velocidade no ataque. A merecer claramente mais oportunidades e estar nos convocados do FC Porto pois tem qualidade para isso.

Sem a referencia no ataque e com Kléber algo trapalhão, como é seu estilo, foi novamente James a resolver. Num lance semelhante ao da primeira parte, já dentro da área, aproveitou um ressalto, tirou o adversário com o pé esquerdo e com o pé direito rematou cruzado.

Foi o golo que tranquilizou o FC Porto e colocou justiça no marcador.
A destacar claramente o ritmo de jogo, sempre em alta rotação, a clarividência de Vítor Pereira que mexeu bem na equipa e a consistência defensiva e do meio campo que o FC Porto apresentou mais uma vez, facto que comprova os 8 golos sofridos nestas primeiras 15 jornadas.



A nível individual, James, pela genialidade e pela importância dos golos foi claramente o melhor em campo. Mas há que destacar o sector defensivo, neste caso Alvaro Pereira a defender e a atacar. Mais um grande jogo de Alvaro Pereira a justificar o aumento salarial e a renovação de contrato e também calar algumas vozes que, ao contrário de outros jogadores, entendem que Alvaro Pereira está contrariado. Se este nivel que exibe há alguns jogos significa que está contrariado então vamos contrariá-lo mais!
No meio campo, quer Fernando quer Defour estiveram muito bem. Fernando continua a progredir a nivel exibicional e Defour desempenhou com muita qualidade os papéis distintos que teve. Na primeira parte, mas ofensivo, na segunda parte mais defensivo. Está a tornar-se um jogador Box to Box, à imagem de João Moutinho e/ou Raul Meireles.

No ataque, Cristian Rodriguez esteve também muito activo, não marcou desta vez, mas colocou tudo em campo.

Pela negativa esteve Belluschi, que falhou dois lances em que deveria ter feito muito melhor, alguns passes falhados e viu-se pouco, sobretudo nas transições ofensivas. No ataque, Kléber jogou 60 minutos, mas apenas teve uma boa oportunidade, muito trapalhão, ia lesionando-se num lance sozinho de controlo da bola o que fez sorrir o Dragão, e não conseguiu fixar-se na área por forma a ser uma referencia para os colegas.

Aquém das expectativas ficou Iturbe, que já jogou mais minutos mas esteve muito mal, talvez nervoso. Importante que no próximo jogo da taça da Liga possa ser titular para se sentir mais tranquilo e colocar em campo o seu jogo explosivo.

O FC Porto cumpriu e fecha a 1ª volta com 11 vitórias e 4 empates. O record interno de jogos consecutivos sem perder na Liga foi batido, mas aqui devemos concordar com o discurso de Vítor Pereira, pois o importante é mesmo o FC Porto continuar a ganhar.

Só dependemos de nós próprios para sermos campeões. Mas para isso acontecer é inevitável que a SAD vá ao mercado à procura de um ponta de lança. Mas tem que ser um ponta de lança com qualidade e não apenas um jogador que venha com currículo de muitos golos marcados.

A lacuna é evidente e se a SAD tem de arriscar financeiramente é agora o momento. È espectável que no verão o FC Porto perca alguns jogadores importantes, como Alvaro Pereira, João Moutinho e Hulk. Serão encaixes volumosos que poderá compensar o investimento agora em Janeiro. E se não é agora, com os principais jogadores ainda no plantel que se cative outros grandes jogadores para virem jogar, não será concerteza no Verão, com a perda de algumas referencias que virão.

Importante, ainda que não dependa só da SAD, é resolver os casos pendentes. É urgente dar uma solução a Fucile, Sapunaru, Guarin e Cristian Rodriguez. Para além de permitir um encaixe fundamental, com o tempo a passar e os jogadores parados, a desvalorização continua a aumentar.


Todas as imagens dos jogos do FC Porto.
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O FC Porto joga na próxima quarta-feira para a taça da Liga, no Dragão frente ao Estoril, actual primeiro classificado na Liga Orangina. Oportunidade para ver alguns jogadores que têm actuado menos vezes.

Força Porto.
Ricardo Jorge

4 comentários:

Ana Andrade disse...

Boas,
Começo por dizer que o jogo foi fraco, talvez por João Moutinho – considerado por muitos o motor desta máquina por outros um jogador perfeitamente dispensável
– ter ficado de fora, talvez isto faça pensar muita gente. Bom, adiante, o jogo foi fraco, ainda assim positivo, na minha opinião somar três pontos é sempre
positivo. Além do mais a vitória foi inteiramente justa, de qualquer forma eu esperava mais. Mas também convém acrescentar que os dragões já sabiam que
os rivais e lideres tinham somado três pontos, logo a motivação foi certamente outra. Quanto a Hulk, espero sinceramente que a lesão não seja grave, porque
o brasileiro mesmo a jogar no meio dá dores de cabeça aos adversários. Parece-me que Kleber está a acusar a pressão que sentiu no início da época, não
está a ser de todo o jogador que já mostrou ser. Gostei do jogo de Álvaro Pereira, o uruguaio está em forma e a equipa agradece. Iturbe teve mais uns minutos
de jogo, é preciso dar-lhe tempo como deram a James e como resultou! O colombiano bisou e deu literalmente os três pontos ao FC Porto. E meus caros, já
são 54 jogos, foi batido o recorde!

Força FC Porto!

Cumprimentos

Ana Andrade

www.portistaacemporcento.blogspot.com
www.artigosonlineanaandrade.blogspot.com

Dragus Invictus disse...

Boa tarde,

Foi uma vitória justa, mas uma exibição com pouca qualidade.

Entramos com um ritmo forte na partida, e mantivemo-lo a maior parte do jogo, mas vieram mais uma vez ao de cima as dificuldades que temos em definir o jogo quando chegamos à grande área adversária.
Muitas vezes os jogadores olharam e sem linhas de passe para finalização, viam-se obrigados a recuar o jogo.

Com a saída de Hulk, as coisas poderiam-se ter complicado, mas a noite de ontem teve um James inspirado que resolveu o jogo.
James foi o mais inconformado e inspirado no ataque, causando imensos desequilíbrios.
Otamendi e Fernando tiveram igualmente uma excelente prestação.
Iturbe entrou muito ansioso, e com vontade de resolver tudo sozinho, e por conseguinte a sua prestação ficou aquém do esperado.
Vamos esperar que a SAD contrate o ponta de lança, caso contrário será muito difícil atacar o título.


Abraço e bom domingo

Paulo

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Foi mais um jogo em que o FC Porto podia e devia ter jogado melhor. Muitas dificuldades de penetração e evidente incapacidade de acertar com a baliza. Valeu-nos a inspiração de James e o acerto de Helton.

Para ambicionarmos lutar pelo título vai ser necessário elevarmos o nível das exibições e fundamentalmente ser muito mais eficaz no remate.

Apesar de tudo, houve uma meia dúzia de jogadores portistas que estiveram quase sempre bem: Helton, Álvaro Pereira, Fernando, Defour e James.

Um abraço

TertúliaPortista disse...

Oi amigo. Estamos a jogar razoável, mas podemos jogar ainda bem melhor.
Saudações Portistas.
Muito sucesso!

http://tertuliaportista.blogspot.com/