domingo, 19 de fevereiro de 2012

Objectivo cumprido com Serviços Minimos

O golo madrugador, o segundo golo aos 25 minutos da primeira parte e o facto de na próxima quarta-feira deslocarem-se a Manchester tornou este jogo num conto de embalar…

Surpreendentemente Victor Pereira apostou no mesmo meio campo do ultimo jogo, o mesmo meio campo que quebrou fisicamente na 2ª parte com o Manchester. De resto, as aparições de Sapunaru, Otamendi e Alex Sandro eram à partida um dado certo.

E não podia ter melhor começo, com Janko nos primeiros minutos a concretizar numa posição em que não se pode falhar. E ele não falhou. É de facto um jogador que se sabe posicionar na área e a prova disso é que os colegas sentem o mesmo e as bolas são direccionadas para ele, como se já tivesse no clube há mais tempo do que as escassas 3 semanas.

Aqui se percebe a diferença de ter uma referencia atacante de qualidade. Janko não é um jogador muito móvel, mas o seu sentido posicional tem merecido destaque e ao terceiro jogo a titular soma 3 golos.

O que não seria este FC Porto com esta referencia atacante de qualidade desde o verão…

Com o golo madrugador a equipa continuou à procura de mais, e sucederam-se algumas oportunidades, mais um penalti por marcar a favor do FC Porto isto tudo com o ritmo cada vez mais a abrandar.

A troca de bola com qualidade permitiu que o segundo golo surgisse numa jogada iniciada e finalizada por Fernando, pelo meio com Hulk a dar o toque de classe, aquele que tem sido nos últimos jogos o elemento mais consistente e com melhor nota no final dos jogos. Fernando está claramente num dos melhores momentos de toda a sua carreira de Dragão ao peito e penso que já se justificava uma renovação de contrato, que termina em 2014, mas que possui condições financeiras muito aquém da importância e qualidade deste jogador.

Mais uma vez a segunda parte mostrou um FC Porto apático, sem reacção, desde muito cedo a defender a vantagem. O resultado e a diferença de qualidade das equipas na primeira parte levou Victor Pereira a pensar que seria suficiente este tipo de postura, mas mal chegou o golo do adversário, já depois das substituições de Moutinho, Hulk e Lucho, sentiu-se um nervoso miudinho no seio da equipa e mesmo em Victor Pereira.

O Vitória de Setúbal surgiu bem melhor na segunda parte e com a atitude passiva do FC Porto cresceu e só não cresceu mais porque 2 minutos depois Varela fixou o resultado final, numa boa jogada de esquerdinos a assistir Varela, outro dos melhores em campo esta noite, e claramente a regressar ao seu melhor nível.

O golo tranquilizou sobretudo o adversário que praticamente se conformou com a derrota ainda que tenha tido mais 2 boas oportunidades para marcar, com Helton a fazer outras 2 defesas de grande nível. Pelo meio, também Sapunaru, numa jogada de insistência, quase que marcava, naquele que seria um regresso em grande de um jogador que Victor Pereira eclipsou mas que agora precisa mesmo dele!





O objectivo foi cumprido com serviços mínimos, desta vez e bem assumido por Victor Pereira, o jogo da próxima quarta-feira assim o obrigava, mas os jogadores foram competentes e primeiro asseguraram a vitória.

A destacar Janko, pelo seu sentido posicional, um verdadeiro desbloqueador do resultado, Varela, Fernando, Sapunaru, que regressou com segurança mas sem ritmo e Alex Sandro que mostrou bons pormenores técnicos e segurança defensiva, se bem que se nota ainda alguma falta de adaptação ao futebol mais rápido que se joga em Portugal, sobretudo quando sobe no terreno e necessita de recuperar.

Pela negativa, o nervosismo dos centrais, quer Rolando, quer sobretudo Otamendi, não passaram segurança para os companheiros, no caso de Rolando, pelo segundo jogo consecutivo e Lucho, aqui não colocou em causa a estratégia da equipa, mas notou-se que esteve muito abaixo dos últimos jogos, o que demonstra que este era um jogo que deveria ter ficado no banco a recuperar fisicamente para quarta-feira. Não por motivos físicos mas talvez anímicos James voltou a entrar e voltou a não trazer nada de novo. Victor Pereira colocou-o no centro do meio campo, tal como ele gosta, mas foi uma constante a perda da bola e os passes errados.

Quem surgiu e bem na equipa foi Cristian Rodriguez, assistiu Varela para o terceiro golo, numa altura que se fala na saída por empréstimo e numa renovação de contrato. Muito provavelmente depois do jogo da próxima quarta-feira existirá novidades, mas a ser verdade as negociações para a saída por empréstimo, só faz mesmo sentido se o jogador renovar.

Uma nota para o árbitro e para as ultimas arbitragens e para mais um penalti que não se marca a favor do FC Porto. Dá a sensação que estando o Porto em vantagem, os árbitros tomam por opção não marcar.

Ultima nota para a boa presença de adeptos Portistas em Setúbal, demonstrando confiança à equipa para este jogo e também para o próximo que será decisivo para a continuidade na Liga Europa e assim defender o troféu que nos pertence.

Tempo agora de recuperar os jogadores e definir uma estratégia forte para o embate com o Manchester City. A recuperação é possível, e uma entrada à Porto e o primeiro golo, tornarão o jogo novamente equilibrado. Temos qualidade para ganhar, agora, é preciso fazer muito mais do que foi feito no jogo da primeira mão.

Força Porto.
Ricardo Jorge

4 comentários:

dragao vila pouca disse...

Sem Maicon, uma surpresa, talvez a pensar no jogo de quarta-feira, onde o brasileiro, com mais ritmo que Sapunaru - que atendendo ao tempo de paragens esteve bem e podia ter marcado... - será necessário e na estreia de Alex Sandro - quero ver mais e o jogo de quarta-feira vai ser um bom indicativo sobre o lateral brasileiro - em jogos da Liga Zon Sagres, no lugar do castigado Alvaro Pereira, o F.C.Porto entrou bem e logo aos 3 minutos adiantou-se no marcador. Jogada simples de Moutinho pela direita, cruzamento e no sítio certo, Janko - 3 jogos, 3 golos, é isso que se pede a um ponta-de-lança - carimbou.
Se é verdade que ainda não havia uma tendência, parecia claro que a pressão a meio-campo e depois saídas rápidas para o ataque, parecia ser a forma pretendida para o Campeão resolver as dificuldades que esperava encontrar. A dar razão a esta teoria, o segundo golo: Fernando recuperou, deu, recebeu e marcou, coisa rara, mas merecida, de um jogador que tem sido dos melhores da equipa portista. Nos entretantos, entre o primeiro e o segundo golo, uma ou outra desconcentração defensiva - contra equipas mais fortes pagam-se caro...-, como cabeceamento de Mayong, por exemplo, e mais um penalty cristalino a favor do F.C.Porto que Paulo Baptista não assinalou. A ganhar por dois golos o F.C.Porto geriu e até ao intervalo só deu Porto. Mesmo sem forçar e num ritmo baixo, o Campeão dominou e controlou totalmente o jogo, com uma posse esmagadora, podia ter marcado mais um ou outro golo e nunca esteve em risco de sofrer. Tudo somado, talvez o 0-3 expressasse mais fielmente o que foram os primeiros 45 minutos.

Na etapa completar nada de novo... Porto a dominar a seu belo prazer, gerindo e poupando, até que aos 60 minutos, Vítor Pereira a pensar no Manchester City, começou a rodar. Aos 60 minutos saiu Lucho, mais tarde, aos 68, saíram Hulk e Moutinho, para as entradas de Defour, James e C.Rodríguez. Mesmo com as alterações tudo continuou igual e só se alterou quando e sem fazer muito por isso, a equipa de José Mota diminuiu... mas como Varela - voltou a jogar bem -, passados apenas 4 minutos colocou novamente a vantagem portista em dois golos, o jogo ficou definitivamente decidido. Embora o marcador pudesse ter sido alterado, valendo uma excelente defesa de Helton e a barra da baliza sadina, para que o resultado final não tivesse mais um golo para cada lado.

Em resumo:
Quando uma equipa tem 5 pontos de atraso, sabe que só lhe resta ganhar e ganhar. Foi o quer o F.C.Porto fez esta noite. Conseguiu-o com naturalidade e tranquilidade e uma exibição que sem ser brilhante, foi suficiente para um triunfo claro e justíssimo.

Notas finais:
Uma palavra de apreço para os muitos portistas que se deslocaram ao Bonfim. Mesmo com a época a não correr como esperavamos e desejavamos, o apoio tem sido constante e isso merece ser destacado.

O duo Valdemar Duarte, João Manhã, igual a ele próprio, mais uma vez não se aguentou - eu desisti aos 6 minutos quando um penalty, claro, de Ricardo Silva, corte com o braço na área, não mereceu nenhum comentário.

Abraço

100% Dragão disse...

Boas

O adversário é muito fraco, com o golo cedo e o segundo logo de seguida o Porto controlou o jogo e deu um ritmo muito lento, já a pensar no jogo contra o City, mas o excesso de tranquilidade podia ter trazido problemas. A vitória é obviamente justa, se o Porto tivesse acelerado poderíamos ter goleado, mas percebe-se a ideia de descansar tendo em conta o jogo de 4ª feira, mas não havia necessidade de jogar tão lento. Mas o que interessa mesmo são os 3 pontos.

Abraço

http://100porcentodragao.blogs.sapo.pt/

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Cumprimos o objectivo que era a vitória.
Ter marcado cedo, permitiu gerir o jogo, que por vezes mais parecia um treino, tão baixo era o ritmo.

Para portista ver, não foi um jogo agradável, mas vencemos com toda a justiça, e continuamos na luta pelo título.

Hulk mais uma vez desiludiu. Muito trapalhão, individualista e sem poder de arranque, definitivamente a lesão afectou o seu ritmo de jogo.

Grande jogo de Sapunaru, que ontem confirmou que o treinador pode e deve contar com ele.

Alex Sandro teve uma estreia tranquila, embora lhe falte entrosamento com a equipa.

Fernando o melhor elemento do FC Porto de à uns jogos para cá, está a realizar uma excelente época.

Varela e Janko no ataque fizeram uma excelente partida.

No meio campo Moutinho e Lucho são o motor da equipa, e só é pena Lucho ainda apresentar algumas debilidades físicas.

Vamos continuar, até onde for possível, a acreditar que podemos dar a volta à classificação.

Abraço e boa semana

Paulo

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Triunfo justo, claro e sereno num jogo onde a qualidade técnica esteve quase sempre ausente. Como gosto de bom futebol não gostei do jogo e não compreendo que nesta altura da época, a equipa com o maior orçamento do campeonato se permita oferecer este tipo de espectáculo.

Para quando dois ou três jogos seguidos com índices técnicos à altura de um verdadeiro campeão?

Começo a desesperar!

Um abraço