sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Afinal, há Porto!


Faz depois de amanhã oito dias, publiquei eu aqui uma crónica intitulada “E a Supertaça? E a Supertaça também”.
Nessa crónica comecei eu por expor algumas situações menos explicáveis, ocorridas durante a pré-época do Porto, que de alguma forma poderiam ter posto em causa a consabida organização do clube azul e branco.
Fiz também uma série de considerações acerca da pouca motivação com que a nossa equipa teria enfrentado o Paris Saint Germain e o Bordéus no recentemente decorrido torneio de Paris.
Lembrar-se-ão os meus leitores que, apesar das reticências que aqui coloquei, nunca pus em causa a competência de André Villas-Boas, bem pelo contrário, até realcei que, muito em breve, ele não deixaria de colocar no relvado uma equipa avassaladora, capaz de recuperar o campeonato que, na última época, por culpa da Comissão Disciplinar da Liga nos fugiu.
É claro que o comportamento do Porto em Paris me fez duvidar do que, no sábado passado viria a acontecer em Aveiro, quando o Porto defrontasse o Benfica, na final de da Supertaça 2010.
Eu caíra na esparrela, como diz o povo, e o Benfica também caiu.
A esparrela foi que os jogos de Paris foram um engodo para o Benfica engolir. André Villas-Boas fez crer que ainda não desenhara a equipa padrão para a época que agora se inicia, e até fez desfilar pelo Parque dos Príncipes combinações de jogadores que sabia de antemão nunca vir a colocar em cena. Mas serviram para o que ele pretendia, que era não abrir o jogo ao Benfica e até fazê-lo acreditar num atraso de preparação que realmente não existia.
E o Benfica caiu no engodo, Engoliu o isco, o anzol, a linha e a cana de pesca. Só o carreto ficou de fora.
No sábado passado, em Aveiro, Villas-Boas, abriu o livro e o Porto estendeu pelo relvado um futebol vistoso, envolvente, acutilante, demolidor até.
E demoliu a melhor equipa portuguesa da actualidade, um Benfica campeão atordoado com as torrentes do ataque portista, tentando segurá-las como quem quer segurar as ondas do mar com as mãos.
Nestes assados, os jogadores da Luz, perturbados com o que lhes estava a acontecer, para o que não vinham preparados, recorreram sistematicamente à simulação e à falta, cuja maioria não foi sancionada por João Ferreira, árbitro completamente fora de forma, para não recorrer aos epítetos habituais.
O Benfica continua a ser a melhor equipa portuguesa, até Maio, pelo menos, data em que o ceptro deverá regressar ao Dragão, mas que o seu treinador teve que guardar no bolso, bem escondidos, os dedos que, numa clara falta de desportivismo, normalmente costuma mostrar esticados aos adversários, lá isso teve.

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